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Filha de campeão brasileiro acusa pai de falta de pagamento de pensão por 13 anos

Ludmila Oliveira fez um forte desabafo em entrevista à Band nesta segunda-feira (27)

Zé Roberto, ex-jogador de Flamengo, Vasco, Botafogo, Bahia e Vitória

Ludmila Oliveira, de 19 anos, filha do ex-jogador Zé Roberto — que teve passagens por clubes como Bahia, Vitória, Vasco, Flamengo e Botafogo — fez um forte desabafo em entrevista à Band nesta segunda-feira (27). A jovem acusa o ex-atleta de não pagar pensão alimentícia há 13 anos e de ter negado ajuda financeira em momentos críticos de saúde.

De acordo com Ludmila, o ex-jogador teria abandonado ela e a mãe quando ainda era bebê. Na época, a mãe da jovem havia acabado de completar 18 anos. O jogador manteve contato com a filha apenas entre 2010 e 2011, período em que realizou o teste de DNA e fez o registro oficial, mas logo em seguida voltou a se afastar.

Enquanto os outros filhos de Zé Roberto, frutos de outros relacionamentos, mantêm contato com o pai, Ludmila afirma que foi bloqueada por ele nas redes sociais após desejar feliz aniversário.

“Eu realmente não sei porque não quer ter proximidade comigo, porque eu sou bloqueada nas minhas redes sociais. Eu lembro dele constantemente, já que a gente faz aniversário com um dia de diferença. Eu cheguei a desejar feliz aniversário para ele quando eu tinha 16 anos, e ele simplesmente me bloqueou”, disse Ludmila.

Problemas de saúde e falta de amparo

Aos nove anos de idade, Ludmila enfrentou uma inflamação nos rins e precisou ser internada, mas não recebeu qualquer apoio do pai. Durante a pandemia de COVID-19, contraiu o vírus e uma bactéria nas amígdalas, o que agravou o quadro clínico. Sem plano de saúde e com a mãe desempregada, a família buscou ajuda financeira de Zé Roberto para custear o tratamento, mas o pedido foi rejeitado.

Diante da situação, a mãe e a filha precisaram recorrer à solidariedade de vizinhos e a uma vaquinha online para conseguir custear a cirurgia e a compra de medicamentos. Os custos ficaram na casa dos três mil reais.

“Eu quase morri. Meu irmão olhava para mim, me via vomitar sangue doente e ele chorava. Meu irmão do meio falava: ‘Mãe, eu estou com medo da minha irmã morrer’”, relatou.

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Infância marcada por dificuldades

Ludmila relata que começou a trabalhar aos 14 anos para ajudar nas despesas da casa, vendendo pizza, açaí e macarrão. Ela afirma que o abandono paterno deixou marcas emocionais profundas e que desenvolveu ansiedade, depressão e crises de pânico. Datas como o Dia dos Pais e o próprio aniversário se tornaram motivos de sofrimento durante a infância e adolescência.

“Eu choro, os meus aniversários são horríveis. É a dor que eu sinto desde criança. Teve uma vez que eu nunca vou esquecer. Eu tinha uma apresentação no colégio e eu fiquei esperando ele aparecer no palco e eu comecei a chorar. Minha professora e minhas coleguinhas me tiraram. E minha colega olhou para mim e falou: ‘Não chora, não chora, por favor, você se apresenta pros meus pais’. E nessa hora, graças a Deus, minha mãe apareceu e assistiu minha apresentação”, prosseguiu.

Situação judicial

O caso tramita há 13 anos na Justiça da Bahia, mas, segundo Ludmila, a pensão nunca foi paga. A jovem afirma ainda que a prisão do ex-jogador já foi decretada, porém a ordem não foi cumprida até o momento. Ela também critica a lentidão do judiciário baiano, alegando negligência no andamento do processo.

De acordo com Uziel Bueno, apresentador do Brasil Urgente, da Band, Zé Roberto deve à filha um valor em torno de R$ 350 mil. Até o fechamento desta reportagem, a defesa de Zé Roberto não se manifestou sobre as acusações. Caso o valor não seja quitado, a Justiça pode determinar a prisão do ex-jogador a qualquer momento.

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.