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Como Bruno Henrique, do Flamengo, recebeu cartões que desencadearam operação da PF

Atacante foi expulso contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro, em 1º de novembro de 2023; órgão investiga suposta manipulação para ganhos em apostas

Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) por uma suposta expulsão intencional, Bruno Henrique, do Flamengo, recebeu cartão vermelho contra o Santos, em 1º novembro de 2023, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, as equipes se enfrentaram no Mané Garrincha, em Brasília, e o Peixe venceu o Rubro-Negro, por 2 a 1.

O lance que chama a atenção do órgão federal aconteceu já no fim da partida, aos 49 minutos do segundo tempo. Em um ataque do Santos, próximo ao escanteio de defesa do Flamengo, Bruno Henrique recebeu uma “caneta” de Soteldo e fez falta no venezuelano. Irritado com a marcação, o camisa 27 foi para cima do árbitro Rafael Klein (Fifa-RS) e o ofendeu, sendo expulso logo na sequência.

A investigação aponta que familiares de Bruno Henrique estavam cientes dessa intenção do atleta e, por isso, fizeram apostas esportivas em relação aos cartões do próprio jogador antes do início da partida. Os citados criaram contas em casas de apostas virtual e realizaram palpites específicos sobre a punição do atacante do Flamengo. O cenário foi igualmente identificado nas contas de outros seis investigados.

Segundo apuração da Itatiaia, as bets emitiram alerta de aposta atípica por contas recém criadas. A Polícia Federal está no caso por ser um crime de repercussão interestadual e que exige repressão uniforme, nos termos da Lei 10.446/2010.

Algumas bets reportaram apostas atípicas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com destaque para as contas criadas poucos minutos antes do início da partida.

Detalhes da investigação

Às vésperas da final da Copa do Brasil, a operação da Polícia Federal (PF), conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Gaeco-MPDFT), tem o apoio do Gaeco do Rio de Janeiro e também de Minas Gerais.

Ao todo, na manhã desta terça-feira (5), são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Vespasiano, em Lagoa Santa e em Ribeirão das Neves. A operação é chamada de Spot-Fixing, uma expressão inglesa que faz alusão à manipulação de uma situação específica de um jogo.

Os mandados são efetivados na casa de todos os investigados, incluindo a casa do atleta, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O Gaeco e a PF também realizam a operação na sede das empresas DR3 – CONSULTORIA ESPORTIVA LTDA e da BH27 OFICIAL LTDA, em Lagoa Santa, e no quarto de Bruno Henrique no Ninho do Urubu, CT do Flamengo.

Além do atacante do Flamengo, também são alvos da operação: Wander Nunes Pinto Junior, irmão de Bruno Henrique; Ludymilla Araujo Lima, cunhada dele; Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador; o casal Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Rafaela Cristina; e Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, todos residentes da capital mineira.

A Itatiaia entrou em contato com o representante do jogador e aguarda um posicionamento sobre o assunto.

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Leonardo Garcia Gimenez é repórter multimídia na Itatiaia. Natural de Arcos-MG e criado em Iguatama-MG. Passou também pela Record Minas.
Repórter da Rádio Itatiaia em Brasília atuando na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas Gerais, já teve passagens como repórter e apresentador pela Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor do prêmio CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio.
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