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Pepa revela mágoa por demissão no Cruzeiro: ‘Eu não queria sair’

Treinador foi demitido no fim de agosto, após derrota por 3 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre, no Campeonato Brasileiro

Treinador disse que esperava mais apoio da diretoria do Cruzeiro

O técnico Pepa falou pela primeira vez após sua demissão do Cruzeiro. Demitido do clube no dia 29 de agosto, o treinador revelou mágoa por ter tido o seu trabalho interrompido da forma como aconteceu.

“Saio magoado, frustrado. Não esperava, porque eu vim com aquela ideia mesmo e senti isso, que no momento em que o barco começar a ter um bocado d’agua, vou ter alguém que vai dizer assim. Amigos, não vale a pena, nosso treinador foi escolhido a dedo e vai ficar até o fim. E depois vamos avaliar se continua ou não continua”, desabafou, em entrevista ao programa Globo Esporte.

“Imagina o que é, você treina um Cruzeiro, 11 milhões de adeptos, de torcida, uma paixão louca. De repente, tchau”, completou.

Abrindo o jogo pela primeira vez

Pepa só foi falar sobre sua demissão duas semanas depois do ocorrido. O treinador passa seus últimos dias em Belo Horizonte, até que consiga resolver as pendências burocráticas de sua rescisão contratual. Técnico e clube ainda não chegaram a um acordo sobre os valores e forma de pagamento após o término precoce do contrato.

“Não queria sair. Não esperava, nem queria. Mas, pronto. É assim. Estou aqui, estou torcendo de longe para que ocorra tudo bem. E vai ocorrer.”, garantiu.

A demissão de Pepa aconteceu pela má fase do Cruzeiro, que acumulava, até então, sete jogos sem vitória sob o comando do treinador. Agora já são oito partidas sem vencer, com cinco empates e três derrotas.

“Só essa coisa que fica. Por que não foi feito isso? Se não foi feito, não acreditam que daria. Eu acreditava a 100%. Mas, quem tem a faca e o queijo na mão, não acreditou. Só tenho que respeitar. Ajudaram-me em tudo, não faltou nada, mas senti a falta de apoio. Mas, será que era falta de apoio? Talvez acharam que era melhor assim.”, comentou.

Fica no Brasil?

Perguntado se ficaria no Brasil para dar sequência em outro trabalho, Pepa disse: “Ficar aqui, não sei. Agora é voltar para casa, voltar para família. As portas da minha parte estão completamente abertas (para um novo convite no Brasil)”, falou.

O método de contratação de Pepa, com entrevistas e conversas, deram segurança ao treinador, que imaginava que cumpriria o seu contrato.

“Tudo, tudo, tudo. Não me faltou nada. A única coisa que me senti foi um pouco desapoiado (...) Se fosse por confusão com jogadores, com direção, com más exibições... aí, sim. É uma grande mágoa. Da mesma forma como foi explicado sobre a força do projeto, se em algum momento acontecesse de perder por 3 a 0, chegar e falar: meus amigos, esse é nosso treinador, é ele até o final da temporada. Seja com 3 a 0, 4 a 0, 5 a 0, ele vai ser nosso treinador, porque foi escolhido e nós acreditamos”, falou.

Faltou apoio da direção do Cruzeiro?

Questionado sobre o que faltou para ter mais apoio da direção, o treinador também comentou.

“Os resultados não estavam sendo os melhores. Alguns ruídos externos, alguma pressão externa, ok. Não sei se pesa em quem decide, o fato de o Valladolid ter caído no ano passado. Não sei. Resultados são nossa vida. Treinador vive de resultados.”, finalizou.

Guilherme Piu é jornalista esportivo com experiência multiplataforma: digital, revista, rádio e TV. Tem dois livros publicados e foi premiado em festivais de cinema no Brasil e no exterior, dentre eles o Cinefoot. Cobriu grandes eventos, como Copa do Mundo, Olimpíada, Copa América e torneios de futebol. Passou por Hoje em Dia, Uol e Revista Placar.

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