O meia Mateus Vital, do Cruzeiro, lamentou o fato de o volante Richard ter o nome citado na investigação sobre esquema de apostas esportivas no futebol brasileiro. O meio-campista não quis entrar muito no assunto, mas espera que a justiça possa punir quem se alinhou aos envolvidos nessa fraude.
O jogador falou sobre o assunto após a derrota do Cruzeiro por 2 a 1 para o Fluminense, na última quarta-feira (10), no Mineirão, pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro.
“Questão que nos pegou de surpresa, ainda mais a questão do Richard, um cara que vinha muito bem. Infelizmente teve essa situação, não quero entrar muito nesse assunto. A Justiça está olhando esse assunto, vai resolver da melhor forma. Se realmente eles (envolvidos em fraudes com apostas esportivas) fizeram, vão ter que pagar por isso”, reiterou.
O volante Richard foi afastado no Cruzeiro por ter seu nome envolvido no esquema das apostas esportivas, fato que estremeceu o futebol nacional, após denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
A Itatiaia revelou que o MP-GO havia incluído Richard na investigação do esquema de apostas esportivas. O meio-campista foi citado ainda por ações enquanto era jogador do Ceará.
Richard citado na Operação Penalidade Máxima II
Três jogadores que estão atualmente no futebol de Minas Gerais são citados por participar do esquema de apostas: Richard (Cruzeiro), Nino Paraíba e Dadá Belmonte (América). As denúncias são referentes ao período em que eles jogavam em outros clubes.
As investigações são de irregularidades ocorridas no final de 2022. Richard e Nino Paraíba defendiam o Ceará, enquanto Dadá Belmonte atuava pelo Goiás. Os três jogadores não foram denunciados formalmente, mas o Ministério Público de Goiás (MP-GO) segue investigando o envolvimento desses e outros atletas no esquema.
Apesar disso, documentos anexados ao processo movido pelo MP e obtidos pela reportagem apresentam conversas de Richard, do Cruzeiro, com intermediadores do esquema enquanto ainda defendia o Ceará (imagem acima). Dadá Belmonte e Nino Paraíba são citados como participantes do esquema. A despeito disso, não há reproduções de conversas envolvendo os dois atletas do América.
Em conversas com apostadores - que foram denunciados duas vezes pelo Ministério Público nas fases existentes da investigação - há uma lista com os nomes de Nino Paraíba e Richard. Em uma delas, o volante, atualmente no Cruzeiro, afirma que recebeu contato de outros aliciadores, mas garante fidelidade ao grupo investigado.
“Durante a semana veio uns três nego querendo fechar algo comigo e não fecho com ninguém a não ser você, sou papo reto, bagulho não é brincadeira (sic)”, diz em diálogo que o MP-GO teve acesso e anexou junto ao processo.
O jogo entre
Operação Penalidade Máxima II
A Justiça de Goiás acatou nova denúncia oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-GO) no âmbito da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a manipulação de resultados no futebol com o envolvimento de jogadores e intermediários. Agora, os 17 citados são réus e têm um prazo de dez dias para responder as acusações. Desses, cinco são atletas profissionais. A decisão é da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás.
Eduardo Bauermann (Santos)
Victor Ramos (à época na Portuguesa)
Igor Carius (à época no Cuiabá)
Paulo Miranda (à época no Juventude)
Fernando Neto (à época no Operário-PR)
Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público nas investigações.
Em 16 de março, a Justiça do estado de Goiás já havia aceitado a denúncia da primeira fase da mesma operação. Além de acatar a denúncia nesta terça-feira (9), a Justiça manteve a prisão preventiva dos seguintes denunciados: Bruno Lopez de Moura (apontado como chefe do esquema), Thiago Chambó Andrade (aliciador/intermediário) e Romário Hugo dos Santos (ex-jogador e também aliciador).