O retorno do Cruzeiro à Série A contou com alguns personagens importantes dentro e fora de campo. Além de Ronaldo, que adquiriu à Sociedade Anônima do Futebol da Raposa (SAF) no fim de 2021, sua nova diretoria – Gabriel Lima (CEO), Pedro Martins (diretor de futebol) e Paulo André (gestor de futebol do grupo do Fenômeno) um estrangeiro teve papel preponderante no acesso do clube à Divisão de Elite Nacional: o uruguaio Paulo Pezzolano.
Com 51 jogos à frente da equipe estrelada, Papa Pezzolano mostrou serviço logo em seu primeiro ano no futebol brasileiro. Um desconhecido quando chegou, em janeiro, recebeu inúmeros elogios de seus próprios atletas, e, também, dos adversários.
Ao longo desta Série B, vários técnicos que enfrentaram Pezzolano ressaltaram o bom trabalho do uruguaio à frente do “gigante Cruzeiro”.
“A gente precisa reconhecer quando o adversário é melhor, então isso ai é mérito do trabalho do treinador que está fazendo um trabalho muito bom”, disse Gilson Kleina, ainda técnico da Chapecoense, na quinta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Naquela ocasião, o Cruzeiro chegava ao G-4 da Série B pela primeira vez desde 2020, quando iniciou sua trajetória em busca do tão sonhado acesso. O time, com os 2 a 0 em cima da Chape, chegava aos 10 pontos e ao terceiro lugar na classificação.
Chegar à liderança da Série B demorou 83 rodadas, contando três edições do torneio, no dia 15 de maio, ao bater o Náutico por 1 a 0, nos Aflitos, em Recife. O técnico do Timbu naquele jogo foi Roberto Fernandes, que antes mesmo de sua equipe entrar no gramado já fazia elogios ao trabalho na Raposa.
“Na minha avaliação, vou jogar contra a equipe mais difícil da Série B neste momento. E para mim, o melhor Cruzeiro disparado da Série B. É o terceiro ano da Série B, e essa equipe é muito melhor do que a de anos anteriores”, analisou em entrevista coletiva.
O Náutico foi um adversário marcante para o Cruzeiro na Série B 2022. Foram duas vitórias celestes em cima dos pernambucanos, com direito a goleada por 4 a 0 no returno, e mais elogio do treinador do time dos Aflitos. Que já não era mais Roberto Fernandes, mas, sim, Dado Cavalcanti.
“Hoje nós temos alguns exemplos na Série A de equipes que conseguem imprimir um ritmo forte. O Palmeiras é um exemplo, talvez com um pouco de diferença, porque o Palmeiras joga de forma mais reativa, e o Cruzeiro, propondo o jogo”, comparou Dado, ao ser questionado pela Itatiaia sobre o time estrelado.
“O trabalho de gestão e de captação do Cruzeiro para essa Série B foi fantástico”, completou o treinador após a 26ª rodada.
Outro que rasgou elogios ao técnico Paulo Pezzolano foi Marcelo Cabo, quando esteve à frente da Chapecoense, no returno (24ª rodada), após o empate em 1 a 1 entre as equipes, no Mané Garrincha, em Brasília.
“Parabenizar o Pezzolano pelo grande trabalho que vem fazendo. Um treinador que trabalha a primeira vez no futebol brasileiro, e todos os estrangeiros vão ser sempre bem recebidos por mim, aqueles que tragam conceitos e valores. Falei para ele antes do jogo (...)"Ele é um treinador jovem, com muito futuro no Brasil e no mundo”, frisou.
Outra equipe que foi vencida no turno e no returno pelo Cruzeiro, o CRB teve seu treinador elogiando o trabalho de Papa Pezzolano.
“Faz um grande trabalho. É um treinador que veio de fora e que, apesar do momento do Cruzeiro não seja bom, é um treinador que vem desenvolvendo um grande trabalho e conseguindo trabalhos expressivos”, disse Danie Paulista, após vitória celeste por 2 a 0 na 11ª rodada.
Rival que criticou estrangeiros
Diante do Vasco o Cruzeiro esteve diante de um treinador que criticou a presença de técnicos estrangeiros no Brasil. Jorginho, quando estava no Atlético-GO, se tornou foco de uma discussão que gerou polêmica, após críticas aos “professores estrangeiros”.
A discussão foi iniciada depois de críticas feitas por Jorginho ao comportamento de Abel Ferreira, do Palmeiras.
“Eu discordo dessa invasão de treinadores estrangeiros, como se os treinadores brasileiros não tivessem capacidade. Nós tivemos aqui dois treinadores estrangeiros que tiveram sucesso. Jorge Jesus e Abel Ferreira. Passaram outros vários que não conquistaram títulos e tiveram a mesma atuação, o mesmo rendimento, que muitos brasileiros”, disse o então treinador do Atlético-GO, que hoje está no Vasco.