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Conselho Fiscal do Corinthians aceita reanalisar contas de 2023 e 2024

Presidente Augusto Melo pediu a revisão das contas ao órgão após a reprovação do orçamento de 2024 no Conselho Deliberativo

Conselho Fiscal do Corinthians aprova reabertura das contas de 2023 e 2024

O Conselho Fiscal do Corinthians, por unanimidade, aceitou reanalisar e deliberar sobre os balanços orçamentários de 2023 e 2024. Essa foi um pedido do presidente Augusto Melo após a reprovação do orçamento da temporada passada no Conselho Deliberativo.

A única condição do Conselho Fiscal para reanalisar as contas é ter o acesso dos demonstrativos dos resultados destes exercícios no mesmo padrão que até então vem sendo utilizado, assim como os documentos que comprovem a reclassificação das despesas entre um exercício e outro. O órgão também pede que esse mesmo material seja encaminhado ao Conselho de Orientação (Cori) e ao Conselho Deliberativo.

“Um sentimento unânime dos membros deste conselho é que este trabalho será extenso e longo, pois há várias iniciativas que devem ser realizadas para a conclusão desta análise e posterior deliberação”, escreveu Haroldo José Dantas da Silva, presidente do Conselho Fiscal, em ofício enviado a Augusto Melo (presidente do clube), Romeu Tuma Júnior (presidente do Conselho Deliberativo), Miguel Marques e Silva (presidente do Conselho de Orientação), Vinicius Cascone (diretor jurídico) e Alexandre Germano (diretor financeiro).

Entenda o caso

A diretoria do Corinthians, chefiada por Augusto Melo, quer uma nova votação das contas de 2024 do clube. O balanço da temporada passada, reprovado pelo Conselho Deliberativo, contém dívidas que, segundo o departamento financeiro da gestão, são de 2023.

Da dívida bruta total do Corinthians, de R$ 2,568 milhões, a diretoria alega que o valor de R$ 191 milhões foi herdado de 2023, na gestão de Duilio Monteiro Alves. O Timão fechou a última temporada com um déficit de R$ 181,7 milhões.

O débito de R$ 191 milhões engloba um ajuste no saldo devedor do parcelamento do PROFUT junto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (R$ 30,2 milhões), contingências tidas como prováveis e não contabilizadas (R$ 56,2 milhões), parcelamento do ISS sobre bilheteria junto a prefeitura de São Paulo (R$ 76 milhões) e contingências criadas em 2024, mas referentes a dívidas passadas, como processos cíveis, trabalhista, tributário e Câmara Nacional de Resolução de Disputas (R$ 28,8 milhões).

Sem essas pendências, nas contas feitas pela diretoria financeira do Corinthians, o clube teria um superávit de R$ 9,530 milhões. Já o balanço de 2023 contaria com um déficit de R$ 190,1 milhões.

A diretoria do Corinthians entende estar respaldada por profissionais da área, como o escritório da Campos Mello Advogados e o professor Eliseu Martins, professor universitário e contabilista brasileiro.

O departamento financeiro do Corinthians relatou o valor herdado da gestão passada ao apresentar o balanço para os órgãos fiscalizadores, mas viu dificuldade de diálogo, especialmente com o Cori (Conselho de Orientação). Segundo membros da diretoria, a ressalva foi ignorada.

O Cori identificou um aumento de R$ 829 milhões no passivo total do clube e recomentou, por 16 a 1, a reprovação das contas do primeiro ano de mandato de Augusto Melo.

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Se o Conselho Fical indicar que existem números da gestão de Duilio com impacto direto na dívida de 2024, o Cori analisará o caso e, por fim, o Conselho Deliberativo votará para reabrir as contas ou não.

Se o CD for a favor da reabertura das contas de 2023, tanto o balanço da gestão de Duilio quanto o de Augusto serão votados novamente pelos conselheiros.

Iúri Medeiros é formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Passou pela Gazeta Esportiva, onde estagiou e posteriormente cobriu o dia a dia do Corinthians. Além do noticiário do Timão, participou da cobertura de jogos de Palmeiras, Santos e São Paulo, além de eventos na capital paulista, como a São Silvestre. Na Itatiaia, acompanha Corinthians e Santos.