O Conselho Fiscal do
A única condição do Conselho Fiscal para reanalisar as contas é ter o acesso dos demonstrativos dos resultados destes exercícios no mesmo padrão que até então vem sendo utilizado, assim como os documentos que comprovem a reclassificação das despesas entre um exercício e outro. O órgão também pede que esse mesmo material seja encaminhado ao Conselho de Orientação (Cori) e ao Conselho Deliberativo.
“Um sentimento unânime dos membros deste conselho é que este trabalho será extenso e longo, pois há várias iniciativas que devem ser realizadas para a conclusão desta análise e posterior deliberação”, escreveu Haroldo José Dantas da Silva, presidente do Conselho Fiscal, em ofício enviado a Augusto Melo (presidente do clube), Romeu Tuma Júnior (presidente do Conselho Deliberativo), Miguel Marques e Silva (presidente do Conselho de Orientação), Vinicius Cascone (diretor jurídico) e Alexandre Germano (diretor financeiro).
Entenda o caso
A diretoria do
Da dívida bruta total do Corinthians, de R$ 2,568 milhões, a diretoria alega que o valor de R$ 191 milhões foi herdado de 2023, na gestão de Duilio Monteiro Alves. O Timão fechou a última temporada com um déficit de R$ 181,7 milhões.
O débito de R$ 191 milhões engloba um ajuste no saldo devedor do parcelamento do PROFUT junto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (R$ 30,2 milhões), contingências tidas como prováveis e não contabilizadas (R$ 56,2 milhões), parcelamento do ISS sobre bilheteria junto a prefeitura de São Paulo (R$ 76 milhões) e contingências criadas em 2024, mas referentes a dívidas passadas, como processos cíveis, trabalhista, tributário e Câmara Nacional de Resolução de Disputas (R$ 28,8 milhões).
Sem essas pendências, nas contas feitas pela diretoria financeira do Corinthians, o clube teria um superávit de R$ 9,530 milhões. Já o balanço de 2023 contaria com um déficit de R$ 190,1 milhões.
A diretoria do Corinthians entende estar respaldada por profissionais da área, como o escritório da Campos Mello Advogados e o professor Eliseu Martins, professor universitário e contabilista brasileiro.
O departamento financeiro do Corinthians relatou o valor herdado da gestão passada ao apresentar o balanço para os órgãos fiscalizadores, mas viu dificuldade de diálogo, especialmente com o Cori (Conselho de Orientação). Segundo membros da diretoria, a ressalva foi ignorada.
O Cori identificou um aumento de R$ 829 milhões no passivo total do clube e recomentou, por 16 a 1, a reprovação das contas do primeiro ano de mandato de Augusto Melo.
Se o Conselho Fical indicar que existem números da gestão de Duilio com impacto direto na dívida de 2024, o Cori analisará o caso e, por fim, o Conselho Deliberativo votará para reabrir as contas ou não.
Se o CD for a favor da reabertura das contas de 2023, tanto o balanço da gestão de Duilio quanto o de Augusto serão votados novamente pelos conselheiros.