A atual gestão do
Desde o início do projeto de doação para a quitação da Neo Química Arena, em novembro de 2024, a Gaviões deixou claro que todo valor arrecadado seria repassado diretamente para a conta da Caixa, sem qualquer desvio para os cofres do clube. Essa foi uma das exigências da torcida organizada ao assinar o termo com o banco por questão de segurança, para evitar bloqueios judiciais de credores do Timão.
“A ideia é possibilitar doações diretas, que serão creditadas diretamente na conta da Caixa, onde a Fiel Torcida terá acesso aos valores arrecadados, e não haverá a possibilidade de nenhum dirigente do clube movimentar o valor arrecadado”, escreveu a Gaviões em seu site.
A Itatiaia entrou em contato com o Corinthians, que reconheceu o termo assinado proibindo o uso do dinheiro das doações nos cofres do clube. A diretoria entende, porém, que por se tratar de uma dívida do Timão, o montante deve ser registrado no balancete para abater o débito total.
Ainda segundo o Corinthians, mesmo que o dinheiro não caia em espécie na conta alvinegra, ele é utilizado a favor do clube, o que justifica sua utilização no balanço apresentado.
O relatório do Cori (Conselho de Orientação), apresentado na última segunda-feira (28), apontou o “lançamento dos valores arrecadados pela torcida para quitação da Arena como receitas do clube”.
“Percebemos que a linha de outras receitas ou (despesas) operacionais DRE (19) apresentou número, de certa forma, irrelevante diante do todo. Porém, nas notas explicativas, item (19), pág. 55, temos o lançamento das doações da torcida (R$ 34 milhões), deduzidas de R$ 36,5 de ISS sobre bilheteria, além de desconto de 0,45% para prestação de serviços de plataforma — fato desconhecido por este órgão (Cori). Outrossim, ao que foi divulgado pela imprensa, a titularidade bancária dessa conta junto à Caixa Econômica Federal é do Fundo da Arena”, registrou o órgão.
Contas do Corinthians
O Conselho Deliberativo do Corinthians reprovou, na noite desta segunda-feira (28), as contas do clube referentes ao exercício de 2024, sob a gestão de Augusto Melo. A reunião aconteceu no Parque São Jorge, onde os conselheiros se reuniram para a votação. Antes disso, tanto o Conselho Fiscal quanto o Cori (Conselho de Orientação) já haviam recomendado a rejeição dos números apresentados.
Na votação final, 130 conselheiros reprovaram as contas de 2024, enquanto 73 aprovaram, além de seis abstenções.
O resultado, de acordo com o estatuto do clube, pode motivar um novo pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo.
De acordo com o documento enviado pela diretoria ao Conselho Deliberativo, a dívida do Corinthians se encontra na casa dos 2,568 bilhões, com aumento de 30% em relação ao ano de 2023, o último da gestão de Duilio Monteiro Alves. O Cori identificou que a diretoria atual aumentou o passivo total do clube em R$ 829 milhões.
Ainda segundo o documento, o Timão fechou 2024 com déficit de R$ 181,7 milhões e uma arrecadação recorde de R$ 1,115 bilhão.
Da dívida total, R$ 1,8 bilhão seria do clube e mais R$ 668 milhões do financiamento da Neo Química Arena. Ao final de 2023, no último ano da gestão de Duilio Monteiro Alves, o débito completo do Timão era de R$ 1,9 bilhão.
O presidente Augusto Melo alega que R$ 191 milhões do valor do total da dívida apresentada foi herdada de gestões anteriores.
Essa é uma derrota política importante para Augusto, já envolvido em um processo de impeachment ainda pendente de votação, por conta do caso VaideBet.