Quando o venezuelano Jesús Valenzuela der início ao Atlético x River Plate desta terça-feira (22), às 21h30, na Arena MRV, brasileiros e argentinos estarão pela 20ª vez frente a frente brigando por uma vaga na decisão da Copa Libertadores. Apesar dos hermanos levarem vantagem no número de títulos (25 a 23) e nas finais diretas (9 a 7), nas semifinais o Brasil é soberano no duelo.
Essa história começa há exatamente 60 anos, quando em 1964 o Independiente eliminou o Santos, de Pelé, que era o atual bicampeão da Libertadores, e partiu para também vencer o torneio por duas vezes consecutivas, pois voltou a levantar a taça em 1965.
Quando brasileiros e argentinos voltaram a se enfrentar numa semifinal de Copa Libertadores, em 1972, a fase já era disputada com dois triangulares e jogos de ida e volta com os três participantes se enfrentando duas vezes. E o Independiente partiu para o seu tetra em sequência vencendo a chave que tinha São Paulo e Barcelona, do Equador.
O rojo de Avellaneda justificou sua fama de carrasco brasileiro vencendo na semifinal de 1975 uma chave de tinha Cruzeiro e o também argentino Rosario Central.
Em 1978, o Atlético disputou a semifinal da Copa Libertadores pela primeira vez integrando um grupo que contava também com o River Plate, rival nesta edição, mas quem ficou com a vaga na decisão foi o Boca Juniors, na sua caminhada rumo ao bicampeonato.
O Brasil só foi conseguir levar a melhor numa semifinal contra argentino, ainda no formato de dois triangulares, em 1980, quando o Internacional venceu o Grupo 1 que tinha América (Colômbia) e Vélez Sarsfield.
Em 1983, na caminhada para sua primeira taça, o Grêmio venceu o Grupo 2 numa batalha com Estudiantes e América (Colômbia).
Um ano antes, uma história curiosa. O Grupo 1 da semifinal da Libertadores tinha Flamengo e River Plate, mas ambos foram superados pelo Peñarol, do Uruguai, que foi o campeão naquele ano.
Mata-mata
Depois de 1983, foram 15 anos sem brasileiros e argentinos cruzarem nas semifinais da Copa Libertadores, até que Vasco e River Plate se enfrentaram por uma vaga na decisão em 1998, já no formato com jogos de ida e volta, idêntico ao atual. Começa aí um trauma millonario, pois os vascaínos avançaram.
O time de Núñez caiu na semifinal para um brasileiro no ano seguinte, eliminado pelo Palmeiras, e em 2005, quando caiu diante do São Paulo. Esses três clubes depois foram campeões da Libertadores.
Antes da terceira eliminação do River para um brasileiro com jogos de ida e volta numa semifinal do principal torneio de clubes da América do Sul, o Boca Juniors se deu bem diante do Palmeiras, em 2001. Mas em 2008, os xeneizes foram eliminados pelo Fluminense.
Em 2013, quando conquistou a Glória Eterna, o Atlético passou pelo Newell’s Old Boys na semifinal após cada time vencer em casa por 2 a 0, e o Galo levar a melhor na disputa de pênaltis, no Independência, por 3 a 2.
Sequência
Num recorte das últimas sete edições da Copa Libertadores, o Atlético x River Plate de 2024 será a sétima semifinal entre Brasil e Argentina na competição, com os confrontos acontecendo duas vezes em 2018 e 2020.
A última decisão da competição com jogos de ida e volta foi entre os argentinos River Plate (campeão) e Boca Juniors (vice), que passaram nas semifinais por Grêmio e Palmeiras, respectivamente. Após ataque ao ônibus xeneize antes da partida de volta da final, o jogo foi tirado do Monumental de Núñez e levado para o Santiago Bernabéu, em Madri, na Espanha, onde os millonarios levaram a melhor.
Em 2020, as duas semifinais reuniram brasileiros e argentinos, com Palmeiras e Santos dando o troco em River Plate e Boca Juniors, respectivamente.
Dois anos depois, na caminhada para o tricampeonato, o Flamengo passou fácil pelo Vélez Sarsfield nas semifinais, com direito a uma goleada de 4 a 0 na ida, em Buenos Aires.
No ano passado, o Boca Juniors impediu uma final brasileira tirando o favorito Palmeiras nas semifinais, vencendo nos pênaltis após dois empates.
Freguês
No geral, considerando-se todas as fórmulas de disputa da Copa Libertadores, o River Plate já participou das semifinais da competição, tendo um clube brasileiro como adversário, em seis oportunidades. E só avançou à decisão uma vez.
Nas outras cinco oportunidades, foi eliminado em 1978 e 1982, nos triangulares, e 1998, 1999 e 2005 com jogos de ida e volta. O único mata-mata vencido pelo clube diante de um brasileiro foi na edição de 2018, quando conquistou a Libertadores pela última vez.
