Faixa da Tríplice Coroa carimbada, gol comemorado com a cabeça do Raposão, torcida única no interior, reinauguração do Mineirão portões fechados. Há 20 anos a fase classificatória do Campeonato Mineiro tem como grande atração o clássico Atlético x Cruzeiro, que neste cenário tem como marca o equilíbrio.
São 20 os confrontos já disputados, desde 2004, pela primeira fase do Estadual, com sete vitórias cruzeirenses, seis empates e seis vitórias atleticanos. Nos gols marcados, a vantagem é do Galo: 28 a 27.
Essa história começa também num ano bissexto, como 2024. Em 29 de fevereiro de 2004, os dois rivais se enfrentaram pela primeira vez após a Tríplice Coroa celeste, em 2003, com o time da Toca da Raposa vencendo o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e a primeira edição da Série A do Brasileirão por pontos corridos.
Se sobrou na temporada anterior, o Cruzeiro, que já tinha perdido o treinador Vanderlei Luxemburgo, que deixou o comando da equipe na semana do clássico, foi derrotado pelo Atlético, que teve em Tucho seu grande nome. Ele marcou três vezes nos 5 a 3 do Galo e carrega até hoje a marca de ser o único jogador do clube a ter um hat-trick no confronto no Gigante da Pampulha.
Em 2005, no dia 20 de fevereiro, no segundo clássico pela fase classificatória do Campeonato Mineiro, desde que ele se tornou uma tradição, em 2004, nova vitória alvinegra, dessa vez por 2 a 0, com o confronto registrando o maior público do jogo neste cenário, pois foram 60.778 pagantes no Mineirão.
Nos primeiros cinco clássicos pela primeira fase do Estadual o Atlético não foi derrotado, pois em 2006 e 2008 os dois clubes empataram, e em 2007, a vitória por 3 a 1 marcou a arrancada do Galo rumo ao seu primeiro título mineiro deste século.
Apenas em 2009 o Cruzeiro foi vencer um confronto contra o maior rival pela fase classificatória do Módulo I, mas a vitória mais marcante foi em 2010. Em 20 de fevereiro, os dois clubes se enfrentaram pela última vez no velho Mineirão. E a grande marca desse jogo foi o terceiro gol.
O meia Roger estreava com a camisa cruzeirense, decretou o 3 a 1 com um chutaço de fora da área e na comemoração tirou a cabeça do Raposão, mascote celeste, e colocou, debaixo da torcida.
Torcida única
Com o fechamento do Mineirão para reforma, para ser palco das Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014), e do Independência, que ficou em obra paralelamente ao Gigante da Pampulha, o futebol de Belo Horizonte teve que recorrer ao interior. E nas edições de 2011 e 2012, o Campeonato Mineiro teve o clássico da fase classificatória na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Esses confrontos tiveram sempre torcida única e sem vitória dos mandantes. Em 12 de fevereiro de 2011, só com cruzeirenses no estádio, o Galo fez 4 a 3, com um hat-trick de Diego Tardelli. Em 8 de abril de 2012, com os alvinegros lotando a Arena do Jacaré, o Atlético abriu 2 a 0 no primeiro tempo, mas permitiu o empate do rival.
Reinauguração
Em 3 de fevereiro de 2013, o clássico entre Cruzeiro e Atlético reinaugurou o Mineirão, que ficou fechado mais de dois anos e meio para reformas. O confronto foi com o estádio dividido entre as duas torcidas, mas a festa foi cruzeirense, pois a Raposa venceu por 2 a 1, com o primeiro gol da nova arena sendo marcado contra, pelo lateral-direito Marcos Rocha, na época jogador alvinegro.
A partir de 2014, o Independência entra na história do clássico pela primeira fase do Módulo I, pois foi a casa atleticana até 2020. E uma marca do confronto no Horto é a invencibilidade cruzeirense. Com mando alvinegro, foram duas vitórias e um empate, sem o time azul sofrer gol. Como mandante, o Cruzeiro empatou no ano passado por 1 a 1.
Antes desse empate com os celestes mandantes do ano passado, no Horto, por causa de uma briga com o Mineirão por causa das taxas cobradas pela administração do estádio, o Gigante da Pampulha recebeu três clássicos.
Com mando do Atlético, que já tinha abandonado o Independência, o time venceu o Cruzeiro, no primeiro confronto entre eles após o rebaixamento celeste à Série B do Brasileiro, em 2019. O placar foi de 2 a 1 com Otero decretando a vitória na reta final da partida.
Em 11 de abril de 2021, o confronto com mando celeste celebrou os 100 anos do clássico, e foi vencido pelo Cruzeiro por 1 a 0, gol de Airton. Por causa da pandemia pelo novo Coronavírus, o jogo foi disputado de portões fechados. Foi a única vez que aconteceu isso na história do confronto.
No dia 6 de março de 2022, com o Atlético mandante, o garoto Vitor Roque abriu o placar, mas o Galo chegou à virada, num jogo polêmico, pois o gol de empate alvinegro saiu da cobrança de um pênalti inexistente.
O clássico de 3 de fevereiro de 2024 entra para a história, pois será o primeiro pela fase classificatória do Campeonato Mineiro na Arena MRV, com o estádio alvinegro abrindo nova era de torcida única no maior confronto do estado.
DATA | PLACAR | LOCAL |
29/2/2004 | Atlético 5 x 3 | Mineirão |
20/2/2005 | Atlético 2 x 0 | Mineirão |
5/2/2006 | Empate 1 x 1 | Mineirão |
10/2/2007 | Atlético 3 x 1 | Mineirão |
9/3/2008 | Empate 0 x 0 | Mineirão |
15/2/2009 | Cruzeiro 2 x 1 | Mineirão |
20/2/2010 | Cruzeiro 3 x 1 | Mineirão |
12/2/2011 | Atlético 4 x 3 | Arena do Jacaré |
8/4/2012 | Empate 2 x 2 | Arena do Jacaré |
3/2/2013 | Cruzeiro 2 x 1 | Mineirão |
16/2/2014 | Empate 0 x 0 | Independência |
8/3/2015 | Empate 1 x 1 | Mineirão |
27/3/2016 | Cruzeiro 1 x 0 | Independência |
1/4/2017 | Cruzeiro 2 x 1 | Mineirão |
4/3/2018 | Cruzeiro 1 x 0 | Independência |
27/1/2019 | Empate 1 x 1 | Mineirão |
7/3/2020 | Atlético 2 x 1 | Mineirão |
11/4/2021 | Cruzeiro 1 x 0 | Mineirão |
6/3/2022 | Atlético 2 x 1 | Mineirão |
13/2/2023 | Empate 1 x 1 | Independência |