A dívida do Atlético aumentou em R$ 90 milhões entre 2023 e 2024 e chegou a R$ 1,4 bilhão. O valor foi revelado por Bruno Muzzi, CEO do clube, durante encontro com jornalistas na sede do clube, no bairro de Lourdes. O diretor explicou o motivo.
De acordo com Muzzi, o Atlético investiu um pouco acima do planejado e, por isso, viu a sua dívida aumentar. No ano passado, o Galo gastou R$ 211 milhões em contratações.
“Esse ano a dívida iria diminuir com o planejamento. A gente investiu um pouco mais e acabou aumentando. A gente não aumentou mais a dívida em função dos aportes feitos”, disse Muzzi.
Ainda de acordo com o documento divulgado pelo Atlético no encontro, o aporte feito na SAF foi de R$ 140 milhões. Uma parte desse valor foi aportada pelo CEO do banco Máster, Daniel Vorcaro, um dos acionistas da SAF alvinegra.
“Embora tenham as questões do endividamento, a gente vem mantendo investimentos, equipe competitiva, investimentos no futebol. A gente vem mantendo isso, em diversos pontos, não só em folha, mas em estrutura. E o resultado esportivo vem acontecendo. Nós não ganhamos, vai ganhar um só, mas chegamos em duas finais. O objetivo é sempre ganhar”, completou Muzzi.
Passos para diminuição da dívida
Bruno Muzzi explicou como o Atlético planeja diminuir a sua dívida nos próximos anos. Uma das opções, segundo o CEO, é estender o prazo da dívida para continuar montando equipes competitivas até que o clube consiga findar suas pendências financeiras.
“Para os próximos anos, estamos trabalhando em diversas frentes. É uma decisão muito peculiar dos acionistas, como vão querer investir o seu capital para frente. Novos aportes são possíveis, novos investidores são possíveis. É possível estender mais a dívida e conviver com o endividamento até que, de fato, operacionalmente, ele retorne sem que a gente perca a questão esportiva”, finalizou.
A dívida
O Atlético divulgou, nesta quinta-feira (8), uma projeção do valor da dívida atual do clube. Os números apresentados, ainda não auditados, apontam um endividamento líquido de R$ 1,4 bilhão. Os números oficiais serão divulgados no balanço financeiro do clube em abril deste ano.
Arena MRV e bancos
As maiores “fatias” das dívidas do Atlético correspondem a operações bancárias e aos débitos relativos à Arena MRV. Os valores projetados são de R$ 507 milhões para bancos e R$ 410 milhões a pagar do estádio.
Os R$ 410 milhões referem-se ao custo da obra, contrapartidas, plano de tecnologia e outras questões operacionais. O valor total estimado pelo Galo, pela construção do estádio, foi de R$ 1 bilhão.
O clube detalhou a situação dos empréstimos financeiros e das taxas cobradas. No total, o Galo tem dívidas com oito instituições financeiras, sendo a BTG Pactual a maior credora, com R$ 191 milhões a receber.
“O planejamento estratégico tem diversas alternativas para poder trabalhar o endividamento. Obviamente que a velocidade que o operacional e o investimento acontecem, impactam no endividamento”, disse Bruno Muzzi.
“Troca de endividamento total, para alongar o endividamento e ter menores custos ou ter novos aportes. É assim que vamos levar para frente. A troca, eu posso arrumar um fundo que pega a dívida como um todo. Pode alguém comprar esse endividamento. Não existe nada fácil. São trabalhos complexos”, completou o executivo.
Profut e Perse
As dívidas negociadas no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) e Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) somam R$ 354 milhões. Os dois programas concedem parcelamento especial e menor taxa de juros.
O outro valor demonstrado está como “contas a pagar”, na importância de R$ 129 milhões. Nesse valor, consta parcela de compra de jogadores que ainda não estão totalmente quitadas, principalmente referente aos atletas contratados no segundo semestre de 2023.