Artilheiro no Atlético de 2018 a 2020, Ricardo Oliveira anunciou aposentadoria dos gramados nessa quarta-feira (26). Em entrevista ao ‘Ge’, o ex-centroavante fez fortes revelações sobre a infância. O profissional perdeu o pai aos oito anos, viu o irmão ser preso e quase se envolveu com o mundo do tráfico e do alcoolismo.
“É a história da igreja. Quanto mais perseguiam a igreja, mais ela crescia. Quanto mais batiam em mim, mais gol eu fazia e mais dedinho para o alto eu colocava. Não é porque eu queria afrontar, é porque é o meu jeito de agradecer a Deus. Volto a falar: era para eu ser um traficante, um drogado, um alcoólatra, eu cresci no meio da favela, tive todos esses exemplos”, disse Ricardo Oliveira.
“Eu entrei com 11 anos de idade no Pavilhão 9 (da penitenciária do Carandiru) para visitar o meu irmão. Depois que meu pai morreu, ele deixou de jogar bola, se meteu com coisa errada e pagou por isso. Fiquei perplexo com aquelas paredes escuras, com aquela gritaria e tudo. Eu falei para minha mãe: ‘Pelo amor de Deus, nunca mais a senhora me traz nesse lugar, eu não quero nunca mais’. Eu tive problemas psicológicos com isso”, finalizou.
Em meio aos problemas, Ricardo Oliveira encontrou na religião uma forma de acolhimento e conforto. O ex-jogador teve a primeira experiência com Cristo aos 19 anos, na transição da base da Portuguesa. Aos 20, ele afirma ter “entregado a vida a Jesus”. Atualmente, aos 43 anos, o ex-centroavante é pastor e tem como intuito trabalhar na área de desenvolvimento mental de atletas.