O Atlético é mais uma Sociedade Anônima do Futebol em Minas Gerais. Nesta quinta-feira (20), o Conselho Deliberativo do clube aprovou a criação da SAF. O Galo é o sexto clube mineiro a adotar o modelo administrativo, ao lado de América, Athletic, Boston City, Cruzeiro e Itabirito.
Dos clubes citados, apenas o América ainda não tem um investidor que comprou as ações da SAF. A diretoria está no mercado e ouve propostas, mas avalia com cuidado cada interessado. Duas negociações pararam nos trâmites burocráticos.
O primeiro clube mineiro a se tornar SAF foi o Cruzeiro. Em dezembro de 2021, Ronaldo assinou os papeis de intenção de compra das ações da SAF estrelada.
Também em dezembro de 2021, o empresário Vinicius Diniz chegou a um acordo para ser sócio majoritário do Athletic. Em acordo, ficou definido que ele teria 49% de participação no controle do futebol do clube. Em junho do ano passado, Vinicius comprou a parte de Victor Oliveira, da empresa V2, seu ex-sócio no negócio, e passou a deter 90% das ações da SAF por meio do grupo Futbraz. A associação manteve 10%.
Em fevereiro de 2022, o Boston City oficializou a transformação em SAF. O empresário Renato Valentim, um dos fundadores do clube, assumiu o controle da Sociedade Anônima do Futebol da equipe de Manhuaçu.
O Itabirito, fundado em maio de 2022, nasceu como SAF. Os empresários que constituem a Sociedade Anônima do Futebol são donos de 100% do clube.
Próximos passos da SAF do Atlético
A associação terá 25% das ações da SAF. Já investidores serão acionistas majoritários e vão adquirir 75% das cotas por meio da empresa Galo Holding, criada para esta finalidade.
A previsão é que os documentos de criação da SAF sejam confeccionados e assinados em agosto, assim como a aprovação dos órgãos reguladores. O aporte financeiro a ser utilizado para abater dívidas onerosas deve ser realizado entre setembro e outubro deste ano.
Galo Holding
A Galo Holding, por sua vez, terá 78% das ações vinculadas aos atuais investidores do clube, conhecidos como 4 R’s (Rubens Menin, Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães. O restante das ações ficará com dois fundos (11%, cada um).
-
78% das ações - 4 R’s
-
11% das ações - Fundo de investimento 1
-
11% das ações - Fundo de investimento 2
Valores a serem aportados
No projeto aprovado pelo Conselho nesta quinta-feira (20), o Atlético foi avaliado em R$ 2,1 bilhões. Na proposta feita pela Galo Holding, a SAF assumiria a dívida do clube, avaliada em R$ 1,8 bilhão neste momento.
O aporte total da operação será de R$ 913 milhões, sendo que R$ 313 milhões seriam conversão de dívida com os 4Rs e R$ 600 milhões a injeção de dinheiro novo.
Desses R$ 600 milhões, R$ 400 milhões seriam aportados pelos 4Rs (Rubens Menin, Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães). Ainda haveria dois fundos de investimentos, com R$ 100 milhões de aporte de cada um deles.
Funcionamento da SAF do Atlético
A associação, que seguiria com 25% de participação, terá poder de veto em algumas situações, como mudança de símbolos, cores e hino. O clube também poderia vetar alienação de bens e mudança de finalidade da Cidade do Galo, por exemplo.
Para as decisões do dia a dia, está prevista a criação de um Conselho de Administração. Nele, haveria seis representantes da Galo Holding, dois da associação (eleitos pelo Conselho Deliberativo) e um de um membro independente.
O Conselho Fiscal terá um indicado pela associação e dois pela Galo Holding (empresa que comprará 75% das ações da SAF).
A diretoria será composta por até nove membros: diretor presidente, diretor de operações, diretor de futebol, diretor financeiro, diretor jurídico, diretor comercial e os demais sem designação específica, com mandato de 3 anos.
Patrimônio do Atlético
A Arena MRV e a Cidade do Galo serão patrimônios geridos pela SAF. Sede de Lourdes, Vila Olímpica e Labareda seguem como patrimônio da associação.