Maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, que morreu nesta quinta-feira (29), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência de longo tratamento de um câncer no cólon, teve o Atlético como clube mineiro que mais enfrentou na carreira. E apesar de o retrospecto ser positivo (nove vitórias e seis derrotas), nos principais confrontos, o Galo quase sempre se deu bem.
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A história atleticana contra Pelé começa com o primeiro jogo do craque em Belo Horizonte, seis meses antes de ele ser campeão mundial com a Seleção Brasileira na Suécia. Em 30 de janeiro de 1958, os dois clubes disputaram um amistoso, no Independência, que terminou com goleada atleticana por 5 a 2. O craque marca um dos gols santistas, mas tem um pênalti defendido pelo goleiro Arizona.
Nos oito jogos seguintes, o Galo sofre seis derrotas e consegue dois empates, sempre em partidas contra o Santos, sendo as mais importantes as goleadas santistas por 4 a 1, em 18 de outubro de 1964, no Independência, e no dia 25, no Pacaembu, em confrontos válidos pelas quartas de final da Taça Brasil.
O jejum do Atlético, iniciado em 2 de fevereiro de 1958, com a derrota de 2 a 0 para o Peixe em amistoso no Independência logo após a estreia de Pelé em Belo Horizonte, durou mais de uma década, mas acabou de forma especial para os atleticanos.
Em 3 de setembro de 1969, três dias após o Brasil garantir vaga na Copa do México com uma vitória por 1 a 0, gol de Pelé, sobre o Paraguai, no Maracanã, a Seleção encarou o Galo, que usou o uniforme da Seleção Mineira, em amistoso disputado no Mineirão.
A grande atração dessa partida, que teve 71.433 pagantes, era o duelo entre os técnicos João Saldanha, do Brasil, e Yustrich, do Atlético, inimigos declarados. E o treinador do Galo levou a melhor nesse duelo, que teve Pelé marcando o gol da Seleção, mas sem impedir a vitória alvinegra, conquistada com bolas na rede de Amauri Horta e Dario.
Milésimo gol
Uma das principais marcas da carreira de Pelé foi o milésimo gol, marcado sobre o Vasco, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã. Seu jogo seguinte foi contra o Atlético, no Mineirão, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão ou Taça de Prata.
Com 25 minutos de jogo, Pelé se chocou com o goleiro atleticano Careca e o árbitro Amílcar Ferreira expulsou de campo o homenageado da tarde, pois antes da partida ele recebeu uma coroa de um garoto pelo feito alcançado quatro dias antes e por toda sua trajetória no futebol. O Atlético venceu por 2 a 0, gols de Lola e Dario.
Na caminhada atleticana para o título brasileiro de 1971, o time comandado por Telê Santana teve o Santos pela frente por três vezes.
Venceu pela fase classificatória por 2 a 1, no Mineirão, e num dos quadrangulares semifinais perdeu no Pacaembu, mas praticamente garantiu a vaga do grupo no triangular decisivo com um 2 a 0, no Gigante da Pampulha, com dois gols de Oldair.
No último jogo oficial de Pelé contra o Atlético ele foi derrotado, por 2 a 1, em 9 de junho de 1974, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro que foi disputada no Mineirão.
Em 6 de abril de 1979, já aposentado, disputou, com 38 anos, um amistoso pelo Flamengo contra o Galo, no Maracanã, com a renda sendo revertida para as vítimas das enchentes que provocaram uma tragédia no Sudeste naquele ano. O jogo terminou com vitória rubro-negra por 5 a 1.
Foram 19 os jogos de Pelé contra o Atlético, com 11 gols marcados. Ele saiu de campo vitorioso nove vezes, derrotado em seis partidas e foram quatro empates. Mas a história do Galo contra o Rei do Futebol é muito mais do que números.
