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Lyanco quebra silêncio e desabafa sobre confusão com torcedor do Atlético

Zagueiro protagonizou cena polêmica na arquibancada do Defensores del Chaco em final da Copa Sul-Americana

O zagueiro Lyanco publicou um desabafo em vídeo no Instagram no início da tarde desta segunda-feira (24). Mesmo não jogando, por conta de uma lesão no tendão de Aquiles, o jogador foi protagonista no último sábado (22), ao entrar em uma confusão com um torcedor do Atlético durante a final da Copa Sul-Americana.

Um torcedor se exaltou e criticou o atacante Biel para a delegação do Galo, que estava em uma das arquibancadas do estádio em Assunção. Irritados, os jogadores foram cobrar o atleticano logo na sequência. Tomás Cuello e João Marcelo foram alguns dos mais exaltados, mas quem chamou a atenção foi Lyanco.

Lesionado, o zagueiro alvinegro foi atrás do torcedor e precisou ser contido por um segurança. “Cadê ele? Quem é que estava falando aqui? Quem estava falando? Filha da p***. Tomar no **, rapaz”, disse Lyanco, enquanto procurava o atleticano que tinha reclamado de Biel.

Lyanco desabilitou os comentários do vídeo publicado no Instagram.

Veja o desabafo de Lyanco na íntegra

Fala galera, beleza? Estou aqui para falar sobre o que tem repercutido nesses últimos dias. Depois de um jogo tenso, nervoso para todo mundo, não só para o torcedor, que a gente entende, todo mundo sabe o quanto que vocês fizeram para estar lá, viagem, o que vocês deixaram de fazer, vender, para conseguir uma grana para ir lá. A gente sabe disso tudo, a gente está ciente disso tudo.

Inclusive, a primeira coisa que eu falei para minha família foi que o que mais dói, o que mais é ruim, o pior de tudo é ver o pessoal antes, quando o juiz acaba o jogo, virando as costas e tendo que ir embora. Mas eu não estou aqui para falar sobre isso, eu não estou aqui para ficar falando do que eu faço ou não falo. Aquele lance ali, primeiro de tudo, a gente tava ali a pedido da Conmebol, foram eles que decidiram aonde os outros jogadores que não estavam relacionados iriam ficar.

Então, por isso que a gente a gente ficou na arquibancada, próximo da família, próximo de torcedores. O que aconteceu ali foi que, depois eu até vi hoje o vídeo desse cara aí, falando. Em momento nenhum eu xinguei mãe de ninguém, assim como falaram da minha mãe.

Para, velho, não tem ninguém santinho aqui, todo mundo tem gente às vezes que vem aqui na porta do CT e tem que xingar a nossa mãe, eu vou lá no meu Insta falar que está xingando a minha mãe. O que ser torcedor entende o que é. Se quer ser torcedor, você tem que saber o que você tem que o que você escuta. E foi uma foi uma reação minha, não foi uma ação, não foi eu que comecei. Eu reagi a aquilo que foi falado.

Se eu não tivesse feito nada, se ninguém tivesse feito nada, no final do jogo ia estar todo mundo postando: ‘Olha que time que não está unido, o time como é que ganha assim, ninguém ligando para nada, ninguém puto, ninguém nervoso, ninguém ficou triste, ninguém chorou, ninguém está bravo, olha só carinha de triste, feliz ouvindo música, agora sai todo mundo com seu 1 milhão, com o seu carro, não sei o quê, não tá nem aí para nada’. Aí agora a gente, quando a gente bate de frente, quando a gente torce, quando a gente tá ali quente, vivendo o momento, a gente está errado porque desrespeita o torcedor.

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Vocês tem que saber que da mesma forma que vocês cobram, que vocês são nervosos, que vocês xinguam, que não sei o quê, a gente também, cara. A gente também é cobrado, a gente se cobra, a gente se cobra individualmente, a gente se cobra como grupo, e ali foi o momento que a gente tava como torcedor, numa arquibancada, entendendo o calor do jogo, o calor do momento, a penalidade, aí está outro fato também. O xingamento veio não foi após uma partida, não foi depois do jogo, foi durante os pênaltis.

O jogador do Lanús perdeu o pênalti, ele estava xingando. A gente estava vivo ainda, a gente podia ainda estava para ganhar um título. Acabou o jogo, faz o que você quiser, meu irmão. A gente já vai sair de lá, a gente vai para o vestiário, não vai ouvir, não vai querer ouvir e muito menos, a gente vai estar fugindo dessa parada. Agora, no meio do jogo vem, o cara, tu tá torcendo, tu está o quê? Vai ali torce, irmão, acaba o jogo, você xinga, você faz o que quiser, mas durante o jogo, velho, fica quietinho, torce, grita, não quer falar besteira, fica quieto.

Aí depois quer reclamar, quer todo mundo fazendo isso aí por conta de uma reação nossa como grupo para defender um cara que tá aqui todo dia que com certeza não queria chegar lá e perder um pênalti, com certeza não queria chegar lá e perder um gol. Ou você acha que ele queria fazer isso ou ao invés de fazer seu gol e ser o herói da da Sul-Americana, ser o herói do Galo para a história do clube.

Então, acho que vocês tem que entender isso, não ficar indo por conversinha, por pessoas que fazem vídeo de YouTube, vídeo de Instagram, falando um monte de merda aí que ninguém sabe de nada. Outra coisa, como respeito do clube, acho que isso eu nunca deixei faltar nada. Eu faço isso e provo isso dentro de campo.

Nunca deixei. Inclusive, vocês sabem disso, o quanto eu já briguei por vocês há meses atrás, quando eu fui contra pessoas de clube nosso aqui, por conta do Atlético da torcida e hoje estou ouvindo falar que que eu não respeito o torcedor, que eu não respeito o clube.

Nunca deixei de respeitar de desrespeitar o clube, nunca deixei de levar isso para minha casa. Vocês me seguem, vocês vêem a minha família, você vê meu filho, meu filho no dia seguinte foi e falou: ‘Papai, mesmo assim a gente é Galo, né?’. Então vocês não sabem a forma que eu vivo aqui, a forma que eu amo o clube, não só eu, mas todo mundo que está aqui.

Estou aqui só para deixar mais claro sobre isso, também para também ter um eh uma voz minha como capitão, como a reação que eu tive ali, como líder. Agora ficar bravo porque eu xinguei ou porque eu falei alguma coisa da mesma forma que foi falado para nós, para o time, para o clube, como é falado o ano inteiro, como é falado todo dia, como é falado em Instagram, como é depois de um jogo, rede social, não sei o quê, aí a gente fala, a gente reage, a gente é um merda, a gente não vale, a gente tem que meter fora do clube, sair.

Acho que tem que valorizar quem ama o clube, estou falando em particular, quem ama o clube, quem está vivendo isso aqui de verdade e isso eu nunca deixei de mostrar, de falar, de agir como um que ama o clube e é isso.

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.
Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.

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