Diante das citações e investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO) a respeito de atletas que estariam envolvidos em esquema de apostas, o América avalia afastar quatro jogadores do elenco: os laterais Nino Paraíba e Marlon, o meia Matheusinho e o atacante Dadá Belmonte. Desses,
Segundo apurou a reportagem, os atletas estão reunidos com a diretoria do futebol na tarde desta quarta-feira (10) e serão comunicados do afastamento preventivo. Cada caso será analisado individualmente, como informado à Itatiaia.
Nino Paraíba
Nino Paraíba foi o primeiro jogador afastado do Coelho. Nesta quinta-feira (10), o clube confirmou afastamento preventivo por conta das investigações.
“O América Futebol Clube informa que o atleta Nino Paraíba está afastado preventivamente das atividades do futebol. O clube está acompanhando os desdobramentos da Operação Penalidade Máxima 2, do Ministério Público de Goiás, em relação aos demais atletas que tiveram os nomes envolvidos neste lamentável episódio”, escreveu o clube.
Como a Itatiaia antecipou,
Dadá Belmonte e Nino Paraíba são citados como participantes do esquema. A despeito disso, não há reproduções de conversas envolvendo os dois atletas do América. Em conversas com apostadores - que foram denunciados duas vezes pelo Ministério Público nas fases existentes da investigação - há uma lista com o nomes de Nino.
O jogo entre
Nino Paraíba teve conversas interceptadas pelo MP por meio do celular do intermediário que buscou a confirmação para ser punido com um cartão amarelo no jogo. O ex-jogador do Ceará, atualmente no América, responde aos intermediários: “Qual foi a vez que eu fiz e não tomei?”.
Ainda não há, nas investigações, comprovações de depósitos por parte dos apostadores. A quadrilha adotava o seguinte método: prometia uma quantia e pagava um adiantamento.
Dadá Belmonte
Na aposta envolvendo Dadá Belmonte, ex-atacante do Goiás, não houve lucro por parte da quadrilha. Isso porque o zagueiro Eduardo Bauermann, que integrava o jogo múltiplo, não foi expulso. Por sua vez, Belmonte foi expulso na partida contra o Fluminense. Em diálogos, os apostadores afirmam que o prejuízo girou em torno de R$ 800 mil nesta operação específica.
“Os outros dois jogadores que foi o da Dadá Belmonte, você pode olhar aí o Dadá Belmonte (...) o Eduardo Bauerman não foi expulso, ele foi expulso depois que o juiz apitou o jogo. Não adianta nada”, diz o intermediário denunciado.
O jogo em questão, que o hoje atacante do América foi expulso, é o da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A do ano passado. A rodada tem outros jogos investigados: Botafogo x Santos (para Eduardo Bauermann ser expulso), e Palmeiras x Juventude (para que o lateral Moraes tomasse um cartão amarelo).
Dadá Belmonte não atua pelo América desde a estreia na Copa do Brasil, no dia 12 de abril. O último jogo de Nino Paraíba pelo Coelho foi a derrota no fim de semana contra o Cuiabá. Richard vive boa fase no Cruzeiro. O volante participou das últimas seis partidas da Raposa - cinco delas como titular.
Marlon e Matheusinho
De acordo com a reportagem, o nome do lateral-esquerdo Marlon foi citado por aliciadores no documento do MP-GO, assim como o do meia Matheusinho.
Operação Penalidade Máxima II
A Justiça de Goiás acatou nova denúncia oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-GO) no âmbito da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a manipulação de resultados no futebol com o envolvimento de jogadores e intermediários. Agora, os 17 citados são réus e têm um prazo de dez dias para responder as acusações. Desses, cinco são atletas profissionais. A decisão é da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás.
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Eduardo Bauermann (Santos)
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Victor Ramos (à época na Portuguesa)
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Igor Carius (à época no Cuiabá)
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Paulo Miranda (à época no Juventude)
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Fernando Neto (à época no Operário-PR)
Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público nas investigações.
Em 16 de março, a Justiça do estado de Goiás já havia aceitado a denúncia da primeira fase da mesma operação. Além de acatar a denúncia nesta terça-feira (9), a Justiça manteve a prisão preventiva dos seguintes denunciados: Bruno Lopez de Moura (apontado como chefe do esquema), Thiago Chambó Andrade (aliciador/intermediário) e Romário Hugo dos Santos (ex-jogador e também aliciador).
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