A Liga Brasileira de Futebol (Libra) e a Liga Forte Futebol (LFF) se distanciaram de um consenso para criação de um bloco único para organizar o Campeonato Brasileiro a partir de 2025. Assim, as partes negociam de forma separada os direitos televisivos. E, nesse contexto, a Libra vive um momento decisivo em suas tratativas.
A Libra ainda não tem um contrato confeccionado, mas sim um memorando de entendimento com seus membros. Os 16 clubes que integram o bloco têm cláusula de exclusividade até o dia 1º de setembro. Depois disso, os filiados podem ouvir outras propostas.
O caminho inverso ocorreu com Atlético, Internacional, que tinham exclusividade com a Liga Forte Futebol até 6 de julho, mas depois dessa data escutaram proposta da Libra. O Galo confirmou a migração para a Libra, enquanto o Colorado seguiu com a LFF.
Segundo apurou a reportagem, a LFF observa com atenção esse processo a fim de, eventualmente, captar novos integrantes. Após o fim da exclusividade da Libra com seus membros, propostas formais podem ser realizadas. A movimentação com sondagens já existe nos bastidores.
Os dois blocos estão no mercado ouvindo interessados em comprar os direitos de transmissão dos clubes.
Os filiados
LFF: ABC, Athletico-PR, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.
Libra: Atlético, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
Bloco União: Botafogo, Cruzeiro, Coritiba e Vasco se uniram à LFF para comercialização de direitos comerciais. Oficialmente, os clubes não são filiados, mas os acordos comerciais respeitam os mesmos termos dos filiados.
Quem é quem? E os percentuais?
A Liga Forte Futebol apresentou proposta para dividir as cotas da seguinte maneira: 45% de forma igualitária, 30% por performance e 25% por audiência. O grupo tem como investidores o fundo Serengeti e a gestora Life Capital Partners (LCP), ambos captados pela XP Investimentos.
A LFF captou R$ 2,3 bilhões por 20% das receitas de uma futura liga pelos próximos 50 anos. XP Investimentos, LiveMode e Alvarez Marsal prestaram consultoria e receberão cerca de 2,5% de comissão nas negociações.
A Libra propõe divisão diferente: 40% de forma igualitária, 30% por performance e 30% por audiência. O grupo de investimentos captado foi o Mubdala, dos Emirados Árabes Unidos.
O fundo oferece R$ 1,3 bilhão por 12,5% dos direitos para os clubes. O BTG Pactual e a Codajas Sports Kapital são os intermediadores. A comissão para as empresas gira em torno de 5%.