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Arena Castelão terá cadeiras retiradas em setores das torcidas organizadas

Procedimento deve ser iniciado em setembro, nos anéis inferiores; uniformizadas preferiam permanecer na parte superior

Arena Castelão, antes de Ceará x Vila Nova, na semana passada: assentos de setores inferiores atrás dos gols serão retirados

O governo do Ceará, que administra a Arena Castelão, em Fortaleza, decidiu que vai retirar 5.900 cadeiras dos setores inferiores Norte e Sul (atrás dos gols) para acomodar as torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza. A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério Público-CE, Polícia Militar e teve ao aval do Corpo de Bombeiros. O processo deve ser iniciado em setembro.

Os clubes aprovaram a iniciativa, principalmente porque deve diminuir o número de assentos quebrados durante os confrontos. Normalmente os setores das organizadas, nas partes superiores Norte e Sul dos estádios, são aquelas com mais cadeiras danificadas.

São os organizadores dos jogos, no caso os clubes, que pagam o conserto. Em 2022, Fortaleza e Ceará desembolsaram quase R$ 2 milhões por causa de mais de 4 mil assentos danificados.

A retirada das cadeiras visa também segurança, segundo informações do MP cearense. As organizadas terão que realizar o cadastro com a Polícia Militar, como pede a Lei Geral do Esporte, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em junho. Definir setor específico para as uniformizadas facilitará o controle, na avaliação das autoridades.

Hoje, as organizadas do Ceará (Norte) e do Fortaleza (Sul) ocupam os anéis superiores. Mas, após laudo de engenheiros, se comprovou que seria perigoso retirar cadeiras na parte superior do Castelão por causa dos degraus, que são mais altos e poderiam provocar acidentes.

No setor inferior esses degraus são menores, e também serão colocadas barras, no sentido horizontal, para evitar a chamada “avalanche”, quando os torcedores correm para perto do gramado. O movimento deles será apenas lateral.

A Itatiaia apurou que as duas principais torcidas organizadas dos clubes do Estado, a Ceramor e a TUF (Torcida Uniformizada do Fortaleza), devem enviar uma carta ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), questionando a escolha. O argumento será que os setores inferiores comportam menos pessoas, e que em jogos de Castelão lotado não caberiam todos os organizados que costumam ir ao estádio. Também será dito que a decisão prejudica a acústica das cantorias.

A Arena Fonte Nova, em Salvador, é outro estádio nordestino que terá cadeiras retiradas em setor de organizadas. O processo já teve início no fim de junho. Castelão e Fonte Nova foram reformados para a Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, e por determinação da Fifa todas as áreas precisaram ter assentos colocados.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.