As cenas hostis protagonizadas pela torcida do Santos no jogo contra o Corinthians, nessa quarta-feira (21), chocaram todo o país. O clássico precisou ser paralisado e encerrado precocemente após serem lançadas bombas por santistas no gramado da Vila Belmiro. Os protestos continuaram fora do estádio mesmo após o término da partida.
Dada a situação em Santos, a Itatiaia apurou que apenas três dos 20 clubes que estão na Série A em 2023 não foram alvos de protestos por parte de torcedores. Foram eles: Athletico Paranaense, Cuiabá e Grêmio. Em contrapartida, todos os times de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio de Janeiro que estão na elite foram cobrados por suas respectivas torcidas.
Veja todos os clubes da Série A que foram alvo de protestos em 2023:
Atlético
A torcida do Atlético protestou contra o clube ainda durante a ‘Era Coudet’. Membros de organizada do Galo estiveram presentes no centro de treinamento alvinegro para
América
Diferentemente do rival mineiro, a torcida do América não protestou contra a fase do time. No início de abril, os alviverdes foram contra a contratação do lateral-direito Marcinho, réu por homicídio culposo de duas pessoas. Os torcedores criaram uma campanha nas redes sociais com a hashtag: “#MarcinhoNão”. Atualmente, o defensor já soma dez jogos pelo Coelho.
Cruzeiro
A torcida do Cruzeiro se fez presente em diferentes oportunidades na Toca da Raposa II. Em uma primeira oportunidade, no dia 23 de maio, os celestes protestaram contra as mudanças de visual dos mascotes Raposão e Raposinha. As críticas foram aceitas pela diretoria, que abdicou das alterações e criou um comitê de torcedores para debater sobre assuntos relacionados ao clube.
Em outra oportunidade, em primeiro de junho, após a eliminação celeste para o Grêmio nas oitavas de final da Copa do Brasil, os cruzeirenses estenderam faixas em forma de protestos em diferentes lugares de Belo Horizonte. Os torcedores criticaram os jogadores Lucas Oliveira, Bruno Rodrigues, Rafael Cabral e Henrique Dourado, além do gestor Ronaldo Fenômeno.
Flamengo
A torcida do Flamengo se manteve insatisfeita com a diretoria e com a performance dos jogadores durante as semanas dos meses de março e abril. Os Rubro-Negros Cariocas jogaram pipoca nos arredores do Ninho do Urubu e estenderam faixas para protestar contra o elenco. Referências no grupo de atletas, Gabigol, David Luiz e Gerson foram alvos diretos de críticas.
Botafogo
Ainda que tenha feito grande campanha na Série A do Campeonato Brasileiro, o Botafogo não esteve isento de protestos em 2023. Os torcedores do Glorioso picharam os muros do CT General Severiano em março, após a eliminação precoce do time no Estadual. Entre os nomes mais criticados estavam o do técnico Luís Castro e do gestor John Textor.
Posteriormente, em abril, os botafoguenses cobraram a delegação do time no aeroporto do Rio de Janeiro após empate na estreia da Copa Sul-Americana, contra o Magallanes, do Chile. Os torcedores desabafaram com Luís Castro: “A gente não está conseguindo fazer frente com Portuguesa, com Audax, time que nem existe. Vergonha”, disse um deles.
Fluminense
Com a notória queda de rendimento do Fluminense nos últimos jogos, os tricolores se fizeram presentes no centro de treinamento do clube, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para protestar contra o time. Os torcedores estenderam faixa em tom irônico: “Clínica do Diniz: Guga, Alexandre Jesus, Thiago Santos e Jorge”. Outra parte da organizada levou cartazes como forma de cobrança: “Libertadores é obrigação” e “Time frouxo”.
Vasco
Dada a má campanha do time na Série A e a eliminação precoce na Copa do Brasil, a torcida do Vasco fez vários protestos contra a diretoria em 2023. O mais recente deles, nessa quarta-feira (21), teve como alvo o CEO Luiz Mello. Os cruzmaltinos enforcaram um boneco com o rosto do dirigente, que passou por investigação interna nos últimos meses para saber se era sócio do Flamengo.
Em outras oportunidades, os vascaínos criticaram jogadores, a comissão técnica e membros que coordenam a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. No fim de maio, o protesto foi feito diretamente da Flórida, nos Estados Unidos, local em que fica a sede da ‘777 Partners’, empresa dona da maior parte das ações da SAF.
Corinthians
A torcida do Corinthians protestou em diferentes situações nesta temporada. A mais recente delas foi nessa terça-feira (20), quando o time encerrou a preparação para encarar o Santos. Um grupo de torcedores compareceu na porta do hotel e proferiu xingamentos aos jogadores: “Elenco de cu***” e “Não é mole não, ganhar dos baiacu é mais que obrigação”.
Anteriormente, a diretoria foi muito criticada devido ao acerto com o técnico Cuca, acusado de estupro em 1987, na Suíça. Em abril, parte da torcida do Corinthians compareceu no CT Joaquim Grava, em São Paulo, com faixas pedindo a demissão do treinador. Posteriormente, após muita pressão, o técnico optou por deixar o clube.
Palmeiras
Ainda que viva boa fase atualmente, o Palmeiras também foi alvo de protestos no início do ano. Entre o fim de fevereiro e o início de março, uma organizada do Verdão cobrou a presidente Leila Pereira pela falta de reforços. Foram feitas pichações no muro da Academia de Futebol do clube. Além de protestar contra a dirigente, os torcedores criticaram o preço dos ingressos em partidas como mandante no Allianz Parque, em São Paulo.
São Paulo
Diferentemente das demais, a torcida do São Paulo não protestou com faixas e pichações no muro do CT da Barra Funda. Em abril, membros de organizada marcaram reunião para debater com jogadores e a diretoria por melhorias no clube. Na época, os paulistas haviam sido eliminados precocemente no Campeonato Estadual.
Santos
Eliminado no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil, o Santos, em má fase no Brasileirão, tem sido alvo de protestos por parte da torcida desde o início do ano. Nessa quarta-feira (21), enquanto perdia para o Corinthians por 2 a 0, torcedores do clube praiano jogaram bombas no gramado. A partida foi paralisada e finalizada precocemente, aos 42 minutos do segundo tempo. Até o momento, o Santos não sofreu nenhuma punição pelos acontecimentos.
Red Bull Bragantino
Ao contrário dos outros paulistas, a torcida do Red Bull Bragantino protestou de forma direcionada, contra dois jogadores. No fim de março, os apoiadores do clube estenderam cartazes contra o atacante Arthur e o goleiro Cleiton, que negociavam para deixar o Massa Bruta. O ponta-esquerdo, inclusive, se transferiu para o Palmeiras dias após o protesto - diferentemente de Cleiton, que permaneceu em Bragança Paulista.
Goiás
Apesar de ser líder do grupo na Copa Sul-Americana, o Goiás não tem feito grande campanha no Campeonato Brasileiro e figura na zona de rebaixamento. No dia 8 de junho, torcedores compareceram à sede do Esmeraldino com faixas em protesto contra a diretoria. Na mobilização, a alta cúpula do clube foi chamada de “omissa” e “pateta”.
Bahia
Ainda no início do ano, em fevereiro, um grupo de torcedores do Bahia recebeu a delegação do clube no aeroporto com protestos após a goleada por 6 a 0 sofrida para o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife, pela Copa do Nordeste. Alguns jogadores, como o atacante Vitor Jacaré, foram agredidos com tapas. O técnico Renato Paiva e o capitão Daniel pararam para conversar e acalmar os ânimos da organizada presente.
Fortaleza
A eliminação na Copa do Nordeste para o rival Ceará teve grande impacto no Fortaleza. Em 30 de março, um grupo de cerca de 20 torcedores compareceu ao centro de excelência Alcides Santos para cobrar o elenco tricolor. Na semana seguinte, o Leão do Picci enfrentou o Vozão em nova oportunidade, pela final do Campeonato Cearense, e conquistou o título estadual.
Coritiba
Último colocado do Campeonato Brasileiro, o Coritiba tem sido alvo de protestos por parte da torcida. Uma organizada do Coxa-Branca foi para o estádio Couto Pereira em 25 de maio para mostrar insatisfação com o momento do time. Anteriormente, um grupo de torcedores do Alviverde já haviam se mobilizado após a derrota no clássico para o Athletico, em 14 de maio, pelo Brasileirão.
Internacional
A torcida do Internacional protestou contra o clube em duas oportunidades diferentes, ambas após os resultados contra o América nos jogos de ida e de volta da Copa do Brasil, em maio. O ônibus da delegação Colorada chegou a ser acertado com pedradas. Além disso, os torcedores estenderam faixas em protesto: “Queremos raça”.