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Esquema de apostas: presidente da CBF defende suspensões preventivas de envolvidos

Ednaldo Rodrigues também enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça para ‘centralizar’ informações

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues se manifestou sobre esquemas de apostas

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nota oficial nesta quarta-feira (10) sobre o esquema de apostas esportivas em jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues pediu “suspensão preventiva” em casos de suspeição e possível banimento caso a participação dos suspeitos seja comprovada.

“Venho trabalhando em conjunto com a FIFA, demais entidades internacionais, além de clubes e federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial”, disse o presidente da CBF, na nota.

A entidade também solicitou intervenção da Polícia Federal (PF) no caso e enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça para “centralizar” informações da investigação. Ministro da Justiça, Flávio Dino solicitou a instauração de inquérito na Polícia Federal sobre o caso.

“Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, escreveu Dino nas redes sociais.

As manifestações da CBF e do ministro ocorrem após desdobramentos da Operação Penalidade Máxima II, que apura manipulação em jogos da Primeira e da Segunda Divisão do ano passado e de campeonatos estaduais de 2023. Quinze jogadores foram formalmente denunciados à Justiça de Goiás.

A CBF rechaçou suspender competições nacionais em curso, como Brasileirão, Série B e Copa do Brasil. A entidade também disse que acionou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para trabalhar em conjunto por “modelo padrão de investigação”.

Veja, abaixo, a íntegra do comunicado da CBF:

“Com relação a suspeitas de envolvimento de atletas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, em possíveis atos de manipulação de resultados de partidas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. A CBF, por sua vez, estará à disposição para dar todo o apoio necessário.

A CBF ressalta, ainda, que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos.

Na reunião ocorrida no último dia 7/03, na sede da entidade, com a participação de Promotores e Procuradores de Justiça de diferentes estados do país e do Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação já havia se colocado à disposição para subsidiar situações desse tipo, sempre que acionada.

A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar. Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente.

“Venho trabalhando em conjunto com a FIFA, demais entidades internacionais, além de clubes e Federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial ", assinalou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.