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FMF acata recomendação do MP e ratifica banimento de Galoucura e Máfia Azul

Torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro foram banidas por tempo determinado

A Federação Mineira de Futebol (FMF) acatou recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pelo banimento das torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul, de Atlético e Cruzeiro, respectivamente. O MP recomendou, nesta segunda-feira (4), o banimento após briga entre integrantes das duas torcidas em Belo Horizonte no último sábado (2).

Na briga, uma pessoa foi morta e outras ficaram feridas após disparos de arma de fogo. Com a medida, torcedores não podem frequentar estádios com roupas e outros instrumentos que fazem alusão às organizadas em dias de jogos, respeitando um raio de cinco mil metros.

“Acolher as recomendações do Ministério Público do Estado de Minas Gerais para determinar o banimento temporário de todos os estádios do país nos dias de jogos, considerados estes o raio de cinco mil metros dos estádios, perímetro de segurança e vinculação com o evento esportivo, das Torcidas Organizadas Mafia Azul e Galoucura, pelo período de 02 (dois) anos, vencendo-se o da Galoucura em 04.03.2026 e do da Máfia Azul em 15.03.2028”, divulgou a FMF.

A Máfia Azul já estava banida até março de 2026, também por conta de brigas, e agora ficará de fora dos estádios até 15 de março de 2028. Já a Galoucura, que retornou de banimento recente, ficará barrada até 4 de março de 2026.

Em comunicado, o MPMG detalhou o banimento: “O banimento temporário consistirá na proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios ou seus respectivos entornos nos dias de jogos”.

A recomendação foi expedida por Fernando Ferreira Abreu, promotor de Justiça do Procon-MG. Ele aponta que as duas torcidas organizadas causam problemas à sociedade e também pediu aos clubes uma ação contra elas.

“O problema, portanto, ultrapassa os limites da violência desportiva, necessitando de atuação estatal típica de combate à criminalidade organizada”, escreveu.

“Os clubes de futebol e as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) devem adotar procedimentos internos para que torcidas organizadas, nitidamente associadas à prática de violência, sejam coibidas de utilizar símbolos e escudos para evitar sanções na esfera desportiva, haja vista a responsabilidade civil objetiva prevista na Lei Geral do Esporte”, completou.

Criação de grupo

O promotor também sugeriu ao procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, por meio de um ofício, a criação de um grupo especializado no combate a crimes ligados ao futebol. Este braço seria ligado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“A questão não se restringe à violência no futebol, e para que, entendendo por necessário, provoque o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para o desenvolvimento de estratégia interinstitucional de controle de torcedores suspensos/banidos de eventos desportivos”, disse o promotor.

A briga

Integrantes de Máfia Azul e Galoucura se encontraram na Avenida Tereza Cristina, no Barreiro, no sábado e brigaram entre si. Uma pessoa ligada à Máfia Azul morreu, e outras ficaram feridas após disparos de arma de fogo.

A briga ocorreu horas antes de jogos de Cruzeiro e Atlético, às 16h, em BH. A equipe celeste enfrentou o Villa Nova, no Mineirão, enquanto o Galo encarou o Ipatinga, na Arena MRV. As duas partidas foram válidas pela oitava e última rodada da fase classificatória do Campeonato Mineiro.

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Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.