Enviado especial a Doha - Um dos ditados mais populares em Minas Gerais é: “quem chega primeiro, bebe água fresca”. E foi isso que os sul-coreanos conseguiram antes de a bola rolar para o Brasil x Coreia do Sul desta segunda-feira (5), no 974 Stadium, pelas oitavas de final do Mundial 2022.
Eram 19h em Doha, 13h (de Brasília) e um dos símbolos do estádio estava tomado por eles, uma enorme Copa do Mundo, posicionada com o 974 de fundo.
Megafone nas mãos, gritos de guerra e músicas bem ensaiadas, os sul-coreanos viraram a atração na área externa do 974 Stadium. A aglomeração era grande, com os locais, e aí entram catarianos, indianos, paquistaneses, delirando com os cantos e coreografias coreanas.
Foi como tomar território mesmo, apesar da maioria esmagadora de camisas amarelas, e a turma que estava no alto, na estrutura da Copa do Mundo, carregava uma enorme bandeira da Coreia do Sul.
Era tanta gente, que o trânsito das patinetes, uma febre no 974, e dos carrinhos de golfe, esses utilizados pela organização, ficou impedido no local. E os sul-coreanos abafaram até mesmo o som de uma banda colombiana, que tinha muito menos público cantando Kuduro, mas o suficiente para ganhar de um grupo africano que tocava tambores.
Alguns metros à frente, meia dúzia de brasileiros tentava um samba. A fartura de tamborins e a ausência de afinação eram uma barreira, mas a turma estava feliz. E numa Copa do Mundo isso é o que importa.
Conseguiram reunir alguns curiosos, até pelas fantasias que usavam, mas nada que se comparasse com a enorme aglomeração em torno dos sul-coreanos.
Sem a bola nos pés, com megafone nas mãos, eles conquistaram as atenções e a Copa do Mundo, pelo menos a do 974 Stadium. Diante da supremacia da Seleção Brasileira sobre as delas, a impressão é de na Coreia do Sul também “quem canta, seus males espanta”.