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Roger Federer: o fim de uma carreira incontestável

Suíço vai se despedir oficialmente das quadras durante a Laver Cup, em Londres, entre os dias 23 e 25 de setembro

Roger Federer ficou 310 semanas como líder do ranking da ATP

Chegou ao fim uma carreira incontestável. A despedida de Roger Federer do tênis profissional, anunciada oficialmente nesta quinta-feira (15), põe um ponto final em uma trajetória vitoriosa, mas acima de tudo, respeitada pelos pares e sem nenhuma margem para contestações significativas.

Os últimos atos do tenista suíço servem como uma pequena amostra e resumem o que foram os 24 anos em que esteve no circuito. Desde o jovem cabeludo que impressionou pela forma de jogar no início dos anos 2000 até o já consagrado atleta que voltou a vencer Grand Slams de forma surpreendente em 2017, após ficar afastado por grave lesão.

No texto em que anuncia a aposentadoria, narrada pelo próprio jogador em um vídeo de quase cinco minutos, Federer foi preciso nas palavras como era nas quadras. Além de tudo, elegante. Agradeceu fãs, oponentes, família, membros da equipe que o acompanhou. Principalmente, agradeceu ao esporte, que sentirá falta de um dos maiores exemplos de respeito ao jogo. Também disse que se considera “afortunado” pelo talento que carregou durante anos.

Logo em seguida, vieram as manifestações dos atletas. Algumas ajudam a explicar o que significa o suíço para o tênis. Principal rival e símbolo de um estilo de jogar que se tornou um antídoto contra Roger, Nadal demonstrou mais uma vez a admiração que tem pelo adversário. Ambos nunca nutriram animosidade e prezaram pela boa relação entre si. Sorte do esporte.

Na última semana, Carlos Alcaraz se colocou de vez como candidato a integrar futuramente a mesma prateleira dos maiores da história. O jovem, que acaba de vencer o US Open, não demorou a postar uma foto ao lado de Federer “Um dos meus ídolos e fonte de inspiração”, escreveu.

O espanhol, discípulo do Toro Miúra, se inspirou também no suíço mesmo sem ter acompanhado boa parte da carreira do, agora, ex-jogador. Alcaraz tinha pouco mais de três meses de vida quando Federer venceu Wimbledon pela primeira vez, em 2003.

Circula nas redes sociais um ação comercial que também exemplifica como o legado de Roger Federer estará presente nas próximas gerações. Veja abaixo o encontro do suíço com um fã, que já havia feito um pedido especial ao ídolo.

A despedida também será simbólica. Nos últimos jogos de Federer em partidas organizadas pela ATP, ele será companheiro dos principais adversários que teve ao longo da carreira. Pelo “Time Europa”, o suíço estará do mesmo lado de Nadal, Djokovic e Murray.

Na frieza dos números, o suíço deixa o tênis com 20 conquistas de Grand Slams, seis ATP Finals, 310 semanas como número 1 no mundo. Por mais impressionantes que sejam os números, mesmo que batidos por outros gênios, eles não conseguem traduzir a importância de Federer para o esporte.

Hugo Lobão é repórter multimídia do portal Itatiaia Esporte. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, passou por Hoje Em Dia, Record e Globo Esporte. Amante de esportes olímpicos.