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Padre Fábio de Melo recebe recado de gerente demitido: ‘Que sirva de lição’

Em novo pronunciamento, o ex-gerente Jair José Aguiar da Rosa voltou a dar sua versão dos fatos e disse ter ‘perdoado’ o padre

Jair foi demitido após confusão com Padre Fábio de Melo

O ex-gerente Jair José Aguiar da Rosa, de 36 anos, mandou um recado para o Padre Fábio de Melo pelas redes sociais. Em maio, ele foi demitido de uma cafeteria em Joinville, em Santa Catarina, após polêmica com o religioso.

Segundo Jair, ele foi diagnosticado com três síndromes e está afastado por 90 dias para cuidar da saúde mental. O ex-gerente contou, também, ter solicitado “auxílio-doença” e trancado a faculdade que fazia no 7º período por não “ter cabeça” para estudar.

Durante novo pronunciamento, ele contou que tem recebido mensagens de carinho, mas também muitas críticas. “Muitas mensagens ofensivas de pessoas dizendo que quero me aproveitar da situação, que estou me fazendo de vítima, de coitadinho, que eu deveria ter atendido o padre bem, que eu fui desrespeitoso porque gritei com ele, porque gritei com a minha equipe. Enfim, cada um tem uma versão.”

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Ele segue: “Eu tenho a minha consciência limpa, sei que em nenhum momento fui desrespeitoso com ele e em momento algum eu gritei com a minha equipe. Quem é de Joinville e quiser ir lá na loja e conversar com a equipe pode ir. Tenho certeza que a equipe não vai inventar coisas que não fiz.”

Ele volta a negar ter gritado com o padre e sua equipe. “Com certeza teria vindo até ele e resolvido a situação ali mesmo, como fazia com outros clientes. Como eu disse e volto a dizer: as placas não tinham o nome do produto. Era uma placa simples apenas com a numeração do valor”, diz.

“Tem muita gente me julgando, dizendo que fui um péssimo gerente, dizendo que não atendi bem e que eu mereci ser demitido, que eu já tinha recebido inúmeras reclamações. Mas, assim, gente, não tem como eu ter recebido inúmeras reclamações com 23 dias de carteira assinada”, conta.

Ele, que é pai de uma adolescente de 15 anos, contou ainda que, pela primeira vez, teria um salário bom. “Foi o primeiro emprego que consegui, que ia ganhar R$ 3 mil. Pra quem quiser ver minha carteira de trabalho eu mostro. Então era um emprego que estava feliz, que ia ganhar um bom dinheiro e pagar minhas contas, porque moro de aluguel”, diz.

Jair nega interesse por trás da exposição nas redes sociais. “Não quero ficar famoso, nunca quis ficar famoso. A minha vida sempre foi uma vida privada, uma vida anônima. Sigo praticamente ninguém no Instagram”.

Por falta de renda, ele conta estar recebendo ajuda de algumas pessoas para comprar alimentos e pagar dívidas, como o aluguel.

Vale lembrar que o padre Fábio de Melo foi denunciado ao Vaticano por conta da polêmica por um bispo de Santa Catarina.

Jair sai em defesa do padre

Nas redes sociais, ele pediu ainda que as pessoas parassem de “atacar” o padre Fábio de Melo, que também lida com a depressão. “Parem de atacar o padre, parem de criticar ele, se ele estava errado ou não, por favor, peço pra vocês.”

“E, por favor, peço que parem de me julgar também. Se existe um lado certo e um lado errado tem a Justiça para poder dizer isso. Eu desejo do fundo do meu coração que o padre prospere cada vez mais, porque não guardo mágoa em meu coração. Apenas estou passando por um momento difícil na minha vida porque sou humilde”, acrescenta.

“No meu coração já o perdoei, porque foi isso que Jesus deixou aqui na Terra [...] Que isso sirva de lição para todo mundo pensar no que faz. Todo mundo tem um dia ruim na vida. Ele poderia não estar bem”, completa.

O ex-gerente suplica: “Respeitarem nossa dor, porque tanto eu quanto ele estamos sofrendo”.

Por fim, Jair diz que não foi procurado pelo padre e que, após ser demitido, não recebeu assistência da cafeteria em que trabalhava. “Não me deram assistência e jogaram toda a culpa em mim”, declarou.

Entenda

A confusão ocorreu no dia dez de maio. Fábio de Melo contou que, após treinar em uma academia, seguiu com amigos até a cafeteria. Lá, ele decidiu comprar um pote de doce de leite sem açúcar.

“Eles foram ao caixa fazer o pagamento, eu continuei vendo as coisas ali, estava vendo uns bombons, e, quando notaram que o preço era outro, me chamaram no caixa”, explica.

O comportamento do gerente incomodou o religioso. “Ele começou uma pequena discussão com as funcionárias quando, naquele momento, não era hora de discutir quem colocou o preço errado. Era hora de vir falar com a gente”, diz ele.

Conforme Fábio de Melo, Jair disse para todos ouvirem: “O preço é este, quem quiser levar que leve, não posso mudar no meu sistema.”

Nas redes sociais, o religioso lamentou a demissão do gerente e citou a lei do consumidor para justificar a ação. Depois, em longo desabafo, ele, que está em tratamento contra depressão, menciona o "ódio virtual” e mentiras.

“Não sei como você tem sobrevivido às novas versões de guerras. Eu estou a um passo de desistir. Proteja-se. Em proporções diferentes, é claro, mas você está sob a mira da mais assertiva armadilha que o Diabo criou: o mundo virtual”, escreveu.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.