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Briga que colocou Fábio de Melo nos holofotes rende ameaça delicada do padre

Religioso se envolveu em um desentendimento com o gerente de uma cafeteria em Joinville, Santa Catarina

Padre Fábio de Melo

O padre Fábio de Melo voltou aos holofotes neste fim de semana depois de um desentendimento que causou a demissão do gerente de uma cafeteria na cidade de Joinville, em Santa Catarina. Na noite desta terça-feira (20), o religioso, que foi diagnosticado com depressão e síndrome do pânico no ano passado, ameaçou “desistir” em um longo desabafo publicado nas redes sociais.

Tudo começou no último sábado (10), quando ele passou no estabelecimento para comprar um pote de doce de leite sem açúcar. No local, ele percebeu que os preços do produto estavam diferentes no pote e no sistema. Segundo ele, ao reportar a uma funcionária, ela teria chamado o gerente, que não tentou resolver a situação e iniciou uma pequena discussão.

“Aquele momento, não era hora de discutir quem colocou o preço errado. Era hora de vir falar com a gente. Ele realmente não falou... não trocou nenhuma palavra comigo e nem eu com ele. Ele veio e falou alto pra todo mundo ouvir: ‘o preço é este, quem quiser levar que leve, não posso mudar no meu sistema’. Ponto, foi só isso que aconteceu”, explicou.

Pelas redes sociais, o funcionário Jair Aguiar se pronunciou e afirma que foi demitido devido à repercussão do caso e não pela atitude, que ele nega ter tido. “Pela repercussão, me mandaram embora, não quiseram ouvir minha versão. Eu não desrespeitei ele, nem conversei com o padre. Fui contratado recentemente, estava feliz com esse emprego, pois venho de família humilde. Eu tratava todos com carinho e respeito”, destacou.

O assunto ganhou maiores proporções depois que Fábio de Melo falou do caso em seu Instagram, onde ele conta com 26 milhões de seguidores. Foi por lá que ele desabafou sobre a situação.

Vale reforçar também que padre Fábio de Melo comunicou em janeiro a volta da depressão e pediu oração aos fiéis. Na época, o religioso chegou a falar sobre os sintomas da doença , mas, depois, passou a tocar menos no assunto.

Desabafo

“As pessoas querem odiar. A qualquer custo, querem odiar. Por qualquer motivo. Elas precisam eleger um foco para a manifestação de seus lados sombrios. Querem extravasar o fel que circula pelas veias, desaguar nos outros as enchentes que naufragam as embarcações de seus sonhos. Quanto maior a insatisfação existencial, maior será a urgência de destruir os outros”, lamentou.

Ele continua: "É da natureza humana a crueldade, mas as redes sociais estimulam a coragem de dizer o que não se diria pessoalmente. A polarização política está por trás de tudo. Sempre esteve. E ninguém está realmente preocupado com a questão que atualmente foi levantada para o estímulo do ódio. Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques de suas predileções.”

No decorrer do desabafo, o líder religioso falou que os ataques tem um viés político, mas ele prefere ficar fora desses assuntos. “Ninguém viu o meu voto, mas juram que sabem qual é o meu posicionamento político. O ódio virtual se manifesta da pior forma. Mentindo, caluniando, blasfemando contra o sagrado de nossas escolhas, achincalhando as pessoas que amamos, nossos familiares e amigos”, pontuou.

Por fim, ele repudiou as redes sociais e aconselhou os seguidores. “Não sei como você tem sobrevivido às novas versões de guerras. Eu estou a um passo de desistir. Proteja se. Em proporções diferentes, é claro, mas você está sob a mira da mais assertiva armadilha que o Diabo criou: o mundo virtual”, encerrou.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.