Após revelar a volta de sua luta contra a depressão, o padre Fábio de Melo fez um desabafo em um vídeo publicado nas redes sociais, na tarde deste domingo (26), e abriu o coração sobre a tristeza causada pela doença.
O padre iniciou seu desabafo dizendo: “Foi à beira do abismo que eu sempre andei, desde menino. Tudo em excesso, alegria demais, tristeza demais, amor demais, ódio demais. No avesso de toda alma que hospeda a melancolia, eram muitas loucuras, muitos delírios.”
“Já me acusaram de ser muito emocionado, falaram como se fosse um defeito, mas eu sei que não é quem conduz a minha alma pela mão são elas, as emoções,” continuou.
Ele também falou sobre sua relação com a tristeza e os desafios que ela impõe, além do uso de medicação: “Este sou eu, um ser melancólico que, de vez em quando, adoece de tanta tristeza. Tristeza não é doença, eu sei, mas às vezes é. Quando sinto que está retirando a minha vontade de viver, preciso dar o meu cérebro um amparo químico, uma ajuda para que os excessos doentios voltem a ser excessos criativos.”
“O grande desafio, minha gente, é chegar à medida exata. Curar a tristeza, mas sem que a medicação me roube a poesia”, finalizou ele.
Diagnóstico de depressão
Durante as celebrações pelos 35 anos da Comunidade Católica de Maria, em São Lourenço da Mata (PE), no último domingo (19), o padre Fábio de Melo revelou aos mais de 35 mil fiéis presentes sua luta contra a depressão.
“Eu quero primeiro abrir meu coração. Ao longo dessas duas últimas semanas, a depressão tomou conta de mim de novo. E ao longo dessas semanas, eu só tenho um pensamento, minha gente, a vontade de deixar de viver”, começou dizendo emocionado.
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Durante o desabafo, Fábio de Melo falava para milhares de pessoas que lotaram o espaço. Ele se emocionou.
“Mas eu não estou sozinho nessa vida. Eu sei que o Senhor está em mim e eu sei que não vou desistir. Mas hoje eu quero pedir a vocês uma gentileza: que vocês estendam os braços em direção a esses meninos que também estão sofrendo as batalhas espirituais comigo. Eles são carne da minha carne, sangue do meu sangue. Aqui neste palco está batendo meu coração, minha gente, aqui nesse palco estão as pessoas que eu tenho mais amado nos últimos três anos da minha vida. Eles são padres e estão comigo por onde eu vou. Eles me amam, dão a vida por mim e eles também estão sofrendo o ataque do mal, e eu quero renunciar isso aqui junto com vocês”, pediu ele durante uma oração.