Ouvindo...

Jimmy Kimmel considera que ameaça do governo dos EUA a comediantes é ‘antiamericana’

Apresentador voltou ao ar nessa terça-feira (23), após suspensão de seu programa, atribuída a pressões da administração Trump

Jimmy Kimmel celebra retorno de seu programa com foto

O apresentador Jimmy Kimmel criticou durante seu retorno à televisão americana, realizado nessa última terça-feira (23), as ameaças do governo de Donald Trump a comediantes após a suspensão de seu programa. Ele afirmou que a medida é resultado de pressões da administração republicana.

O apresentador destacou que “não se pode permitir que nosso governo controle o que dizemos e o que não dizemos na televisão”. A fala foi recebida com aplausos.

Ao falar sobre o motivo que levou à suspensão de seu programa, Kimmel disse: “Nunca foi minha intenção menosprezar o assassinato de um jovem”. Com a voz embargada, completou: “Também não foi minha intenção culpar qualquer grupo específico pelas ações de um indivíduo profundamente perturbado.”

Entenda o motivo da suspensão do programa

O programa “Jimmy Kimmel Live!” foi suspenso por tempo indeterminado, na última quarta-feira (17). A decisão veio após o apresentador afirmar que parte da direita estava tentando explorar politicamente o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

A suspensão do programa foi celebrada por Trump, que há anos critica os apresentadores de talk-shows noturnos.

Antes da volta de Kimmel ao ar, o presidente acusou a rede ABC de favorecer os democratas.

O presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, sugeriu que poderia cassar as licenças de afiliadas da ABC que exibissem o programa, caso não houvesse a demissão de Kimmel.

Diante da ameaça, os grupos Nexstar e Sinclair, que controlam mais de 50 canais locais nos Estados Unidos, retiraram o programa da grade. Na sequência, a ABC anunciou a suspensão temporária.

Programa voltou ao ar nessa última terça (23)

Já na segunda-feira (22), a Disney, dona da ABC, voltou atrás e anunciou a retomada do programa.

“Passamos os últimos dias em conversas profundas com Jimmy e, após elas, decidimos que o programa volta ao ar na terça-feira”, informou o conglomerado.

Mesmo assim, as redes Nexstar e Sinclair mantiveram a decisão de não transmitir o talk-show em seus canais. Por isso, a volta de Kimmel não foi exibida em alguns dos maiores mercados de TV dos Estados Unidos.

A decisão gerou críticas no meio político e na indústria do entretenimento. Centenas de artistas, o Partido Democrata e até algumas pessoas da direita consideraram a pressão do governo um ataque à liberdade de expressão.

Kimmel foi elogiado pelo público presente na gravação em Hollywood. “Ele foi humilde, engraçado e muito genuíno. O discurso foi preciso, sincero e autêntico”, afirmou Dana Lotkowski, 62 anos, que viajou da Filadélfia para assistir ao programa.

Conflito com a mídia

Desde que voltou à Casa Branca, em janeiro, Trump intensificou o confronto com veículos de imprensa. O governo abriu processos contra diferentes grupos de comunicação e ampliou os ataques públicos a jornalistas e apresentadores de TV.

Com agências
(Sob supervisão de Marina Dias)

Leia também

Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas