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Atriz brasileira morreu no auge da fama em queda de avião na Índia

Leila Diniz morreu aos 27 anos após acidente aéreo em Nova Delhi, na Índia

Leila Diniz em ‘Ilusões Perdidas’ (1965)

Há exatos 53 anos, o Brasil perdia Leila Diniz, que estava no auge da sua carreira. A atriz, que tinha 27 anos, estava dentro do avião que caiu em Nova Delhi, na Índia, matando 86 pessoas, em 14 de junho de 1972.

Leila se tornou símbolo de liberdade e foi eternizada em diversas músicas brasileiras, sendo algumas cantadas por Milton Nascimento, Martinho da Vila e Rita Lee (1947-2023).

Ela chocou o país - em uma época em que os desejos femininos eram silenciados - ao falar abertamente sobre sexo.

A atriz também causou escândalo ao posar de biquíni na praia enquanto estava grávida para a revista Cláudia.

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Ela, ainda, repercutiu negativamente ao proferir a frase: “Transo de manhã, de tarde e de noite”.

A entrevista mais polêmica dela foi dada ao jornal Pasquim, quando deu várias opiniões sobre relacionamento aberto. “Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo”, disse à época.

Por conta desta entrevista, foi instaurado o Decreto Leila Diniz, que censurava previamente a imprensa. Além disso, em janeiro de 1971, Leila quase foi presa, mas fugiu com a ajuda do apresentador Flávio Cavalcanti da extinta TV Tupi. Mais tarde, a ordem de prisão foi revogada e Leila precisou assinar um termo de responsabilidade.

Carreira

Nascida em 25 de março de 1945, Leila Diniz - natural de Niterói, no Rio de Janeiro - esteve em peças, filmes e telenovelas.

Ao todo, Leila fez 14 filmes, 12 telenovelas - sendo sete na Globo, três na Excelsior e uma na Record e na Tupi - e diversas peças teatrais, sendo considerada “a rainha das vedetes”.

Foi Leila que protagonizou a primeira telenovela da Globo, Ilusões Perdidas, que foi ao ar em 1965. Sua última novela foi E Nós, Aonde Vamos? (1970), onde interpretou Beth.

Acidente aéreo

Leila Diniz morreu em 14 de junho de 1972, vítima de acidente aéreo. Ela estava no voo 471, da Japan Airlines, voltando da Austrália, quando a aeronave caiu às margens do Rio Yamuna, em Nova Delhi, na Índia.

Leila foi para a Austrália divulgar o filme “De mãos vazias”, do diretor Luiz Carlos Lacerda, no Festival de Cinema de Adelaide.

O avião em que ela estava seguia para sua terceira escala, quando o acidente ocorreu. Até hoje, a causa é indefinida. No entanto, uma investigação japonesa apontou que o equipamento que deveria enviar sinais de rádio para guiar o avião até a pista - durante pouso por instrumentos - estava com defeito. Por outro lado, o relatório do governo indiano diz que o pilotos ignoraram o procedimento de pouso por instrumentos e decidiriam se guiar pelos próprios olhos.

O avião então desceu para fazer o pouso e, quando os pilotos notaram o erro, tentaram arremeter, só que não foi possível. Dos mortos, 82 estavam na aeronave e quatro no solo. Apenas uma tripulante e quatro passageiros sobreviveram.

As cinzas de Leila foram sepultadas no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

A atriz deixou uma filha, Janaína, que tinha seis meses de vida e hoje está com de 53 anos. Ela é fruto do relacionamento dela com cineasta moçambicano Ruy Guerra.

À época, o cantor Chico Buarque assumiu a criação da menina, com sua então esposa, a atriz Marieta Severo, que era amiga de Leila.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.