O ator
“Acho que a televisão tem o seu período. Quando fizemos ‘Ilusões Perdidas’, o Graça Mello estava lá, enfim, foi o começo das coisas. A televisão tem o seu ciclo, né?”, iniciou ele, que não poupou ao falar de Boni, ex-diretor da Globo, pela habilidade em “ouvir” os outros. “Era um diretor iluminado”, pontuou.
“A teledramaturgia é arte, é criação, tem que ter liberdade. Não pode impor de cima para baixo que tem que ser assim ou assado. Lembro que nós discutíamos neste período. No caso do Tião Galinha [personagem de Pantanal] eu tive liberdade de criação, o diretor não tinha medo da criação”, acrescentou.
Sobre a nova geração de atores, ele analisa: “Muitas vezes a televisão tem pressa, é uma indústria, quer resultado, mas muitas vezes não amadureceu e aí come cru. É preciso entender que tem um tempo de maturação. Eu só cheguei a representar personagens muito grandes depois de um tempo, eu sou da televisão ao vivo, dos primórdios, de um período que não podia errar, porque se não alguém soprava do outro lado”.
O ator diz que é preciso ter “consciência da sua importância e desimportância” e relembra encontro com a filha de Che Guevara. “Ela se emocionou e disse pra mim: ‘eu achava que meu pai era um suicida, mas depois descobri que ele tinha plena e absoluta consciência da sua importância e desimportância no processo revolucionário’. Eu acho que nós temos que ter consciência da nossa importância no cenário artístico e da nossa desimportância. Aí você não se deixa levar por dialetos infundados, por bobagens, por vaidades à toa”, encerra.
Osmar Prado está em Belo Horizonte com a peça “