O resultado do Oscar de ‘Melhor Atriz’ não saiu como o esperado pelos brasileiros neste domingo (2).
Aclamada mundialmente por interpretar o papel da advogada Eunice Paiva - ativista dos direitos indígenas e esposa do ex-deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura -, Fernanda vive o auge da carreira aos 59 anos, mas não é de hoje que se destaca em importantes prêmios do cinema mundial.
Ainda na juventude, com apenas 20 anos, Torres se tornou a primeira brasileira a ganhar o prêmio de ‘Melhor Atriz’ no Festival de Cannes. Em 2025, ela fez história mais uma vez:
Da infância no teatro à Cannes
Nascida em 15 de setembro de 1965, a filha da também atriz Fernanda Montenegro e do diretor Fernando Torres teve o primeiro contato com o teatro ainda na infância.
Fernanda ingressou na companhia de teatro Tablado, uma das principais do Rio de Janeiro e do país, com 13 anos. Um ano depois, aos 14, ela estreou na televisão com uma participação no programa Nossa Cidade, da TVE. Aos 16, ela teve o seu primeiro papel em uma novela brasileira: Baila Comigo, da TV Globo, exibida em 1981.
Ainda na adolescência, o cinema apareceu de vez na carreira de Fernanda Torres. Em 1982, quando tinha 17 anos, ela participou do filme ‘Inocência’, dirigido por Walter Lima Jr.
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Em 1985, ela interpretou o papel de Carula, uma jovem que rezava todos os dias pedindo um marido para Santo Antônio, ‘A Marvada Carne’, onde recebeu o primeiro prêmio da carreira: ‘Melhor Atriz’ no Festival de Gramado.
Fernanda Torres e Thales Pan Chacon em “Eu Sei que Vou Te Amar”
No ano seguinte, em 1986, Fernanda Torres se tornou a primeira atriz brasileira a conquistar o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, com apenas 20 anos, por sua atuação no filme ‘Eu Sei que Vou Te Amar’, de Arnaldo Jabor.
No cinema, Fernanda Torres também teve papeis em importantes obras nacionais. Entre elas, o filme ‘O que é isso companheiro?’, de Bruno Barreto, indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 1998.
Fátima e Vani: a consagração de Fernanda Torres na comédia
Fernanda Torres também tem uma extensa carreira na televisão - o que a tornou conhecida em todo o país. Apesar de ter atuados em novelas no início da carreira e até ter protagonizado ‘Selva de Pedra’, o fracasso das produções fizeram a atriz desistir de seguir neste caminho.
Fernanda Torres e elenco de ‘Os Normais’, da TV Globo
Entre os anos 2001 e 2003, Fernanda se popularizou nacionalmente ao interpretar Vani na série de comédia ‘Os Normais’. A personagem neurótica e sem papas na língua era casada com Rui, interpretado por Luís Fernando Veríssimo, e caiu no gosto do povo. A história escrita por Fernanda Young e Alexandre Machado ainda rendeu dois filmes: “Os Normais - O Filme” (2003) e “Os Normais 2 - A Noite mais Maluca de Todas” (2009).
Fernanda Torres e Andréa Beltrão em ‘Tapas e Beijos’, da TV Globo
A atriz ganhou destaque mais uma vez na comédia entre 2011 e 2015, quando conquistou o público como Fátima na série ‘Tapas e Beijos’. Ela e a melhor amiga, Sueli (Andrea Beltrão), enfrentam confusões no trabalho, a loja de vestidos ‘Djalma Noivas’, e no amor. Fátima é amante de Armani (Vladimir Brichta), com quem vive um relacionamento conturbado.
Durante a pandemia, a atriz ainda protagonizou o seriado ‘Amor e Sorte’, ao lado da mãe, Fernanda Montenegro. As duas interpretaram mãe e filha que vão viver o isolamento social em uma casa na serra. A produção foi dirigida por Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres, e teve a participação do filho da atriz, Joaquim Waddington.
Teatro e o trabalho como escritora
Fernanda Torres em cena na peça ‘A Casa dos Budas Ditosos’
No teatro, Fernanda Torres interpretou Cordélia em ‘Rei Lear’, produção inspirada no livro de William Shakespeare. Há 20 anos, a atriz sobe aos palcos com o monólogo ‘A Casa dos Budas Ditosos’, adaptada do livro de João Ubaldo Ribeiro. Na peça, Fernanda Torres interpreta uma baiana sexagenária que detalha as incontáveis experiências sexuais que teve ao longo da vida.
Além da carreira na televisão, cinema e teatro, Fernanda Torres também se destaca como escritora. A atris tem três livros publicados: ‘A glória e seu cortejo de horrores’, ‘Sete Anos’ e ‘Fim’, que se transformou em série no Globoplay.