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“Anora”, com seis indicações ao Oscar, narra a fragilidade do prazer

Filme de Sam Baker é um dos favoritos para faturar estatuetas na noite deste domingo (28)

Mickey Madison e Nikolai Zakharov vivem dois jovens em descoberta

O diretor Sam Baker sabe filmar as fraturas do sonho americano. Se em “Florida Project” havia o verão de uma família pobre no entorno da Disney, em “Anora” interessa viver o cardápio de excessos que a riqueza pode proporcionar - e entender que você não faz parte do clube.

O filme chega como um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme em 2025. Também concorre em Melhor Atriz (Mickey Madison), Direção (Baker), Ator coadjuvante (Yura Borisov), Roteiro original e Montagem.

A stripper vivida por Mickey Madison conhece um jovem bilionário russo e com ele vive momentos intensos de sexo, drogas e festas em jatinhos. Em uma viagem a Las Vegas - bonita tomada em que contracenam com estranhos nas ruas -, casam-se sob juras de amor eterno. Aí surgem os conflitos: os pais do noivo voam desesperadamente aos EUA para anular o casamento, Anora se vê refém de um desejo fugaz e de Ivan (Nikolai Zakharov), alucinado, infantilizado e dependente dos pais.

A cena da briga na casa é antológica e pode ter garantido uma ou duas estatuetas para “Anora”. Baker expõe as entranhas de mundos que não se cruzam e criou uma cena memorável do cinema atual.

Na noite deste domingo (2), o diretor de filmes independentes como “Starlet” e “Tangerine” pode ser consagrado com o primeiro Oscar depois de vencer o prêmio do sindicato dos diretores e dois Bafta.

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Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo