O aguardado filme “Coringa: Delírio a Dois” chegou aos cinemas no dia 03 de outubro, prometendo uma experiência controversa para os fãs do universo DC Comics.
Dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, o longa é uma sequência direta de “Coringa”, lançado em 2019, porém provocou um efeito muito diferente em sua audiência.
Joaquin Phoenix retorna ao papel de Arthur Fleck, o homem que se transformou no Coringa. Após os eventos do primeiro filme, Fleck está internado em um hospital psiquiátrico, onde conhece Harley Quinn, interpretada por Lady Gaga. Quinn acaba se apaixonando pelo Coringa e se torna sua cúmplice.
Além de Phoenix e Gaga, “Coringa: Delírio a Dois” conta com um elenco de peso, incluindo Zazie Beetz, Brendan Gleeson, Catherine Keener e Jacob Lofland. O filme promete explorar ainda mais a mente perturbada de Arthur Fleck e sua relação com Harley Quinn.
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“Coringa: Delírio a Dois” rompe, de maneira surpreendente, com a imagem do personagem principal construída no primeiro filme. Já nessa primeira produção fica evidente uma correspondência interessante: em certa medida, a relação de idolatria que os espectadores do Coringa estabeleceram com o filme e o personagem, espelha a maneira como, dentro da história narrada pelo longa, a população da cidade de Gothan reage à aparição pública do Coringa.
O primeiro filme mostra o caminho do personagem Arthur Fleck até um estado apoteótico de aclamação popular que culmina na aparição em um programa de TV de Fleck, transfigurado em seu alter ego. Apos cometer um assassinato transmitido ao vivo pela televisão, o Coringa leva parte da população de Gothan City a um estado de histeria coletiva. O personagem é um heroi que redime a si e aos excluídos da sociedade. No mundo real, a admiração pelo personagem e pelo filme se replica, criando uma legião de fãs e gerando enormes expectativas em relação à sequência.
Em ‘Delírio a dois’ o diretor opta por nadar contra essa maré de aclamação e apresenta uma narrativa que desmistifica a imagem heroica do personagem. A Harley Quinn, vivida por Lady Gaga, parece personificar a frustração do público que assistiu no segundo longa da franquia a dissolução da figura disruptiva e carismática.
Nos momentos finais, temos um intenso anticlímax, que serve para decretar o fim do delírio de uma vez por todas, Arthur Fleck, o homem que encarna o vilão, finalmente confessa que o Coringa não existe. É quando a personagem vivida por Lady Gaga decide abandonar o tribunal e o alvo de sua, até então, total devoção.
De acordo com a maioria massiva das opiniões já publicadas, tanto em redes sociais quanto em sites especializados, a recepção de público e crítica parece acompanhar o sentimento de desapontamento da parceira do Coringa.
Poucos conseguiram manter o entusiasmo e a admiração que contagiou a audiência do primeiro filme. “Coringa: Delírio a Dois” é certamente um filme que divide opiniões, os fãs do personagem vão amar ou odiar, mas dificilmente ficarão indiferentes à experiência