Com conversas inéditas, o documentário
Morta em Vespasiano, na Grande BH, a mando do ex-namorado Bruno, em 2010, Samudio tentou relatar as ameaças sofridas e chegou a solicitar medida protetiva na justiça, mas não conseguiu. Conversas da jovem com pessoas próximas mostram que, à época, ela sonhava em terminar os estudos e cuidar do filho
“Vou fazer supletivo a distância. Jamais vou encher o saco dele, tu sabe. Quero só paz para cuidar do meu filho e estudar... Viver minha vida sem medo. Quero terminar logo os estudos para fazer faculdade. Tomara que até la eu já tenha resolvido as coisas com o pai do meu filho. Depende da Justiça”, diz uma conversa.
A obra, dirigida por Juliana Antunes, detalha também os últimos momentos de vida da jovem. Ela desapareceu depois de se encontrar com Bruno para tentar definir os próximos passos pós-término, a pedido do ex-atleta. “Ele disse que quer tentar fazer diferente, que temos que viver em harmonia pelo nosso filho”, diz outro trecho da conversa.
O longa tem 1h41min e foi lançado 14 anos após o crime, nesta quinta-feira (26), no streaming Netflix. Além de detalhes sobre as investigações, o filme vai abordar eventos que antecederam o desaparecimento de Eliza Samudio.
Bruno Fernandes em liberdade condicional
Condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, em 2013, Bruno está em liberdade condicional desde janeiro do ano passado. Há 14 anos, ele foi condenado a 23 anos e um mês por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza.
Após deixar a prisão, o ex-goleiro do Flamengo chegou a voltar a jogar profissionalmente em alguns clubes.
Quando o crime aconteceu, o parto de Eliza para ganhar Bruninho tinha ocorrido há poucos dias. Segundo a Justiça, antes de ser assassinada, o ex-goleiro a obrigou a tomar remédios para abortar, já que ela tinha pedido o reconhecimento da paternidade dias antes.