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Casa Fiat reúne obras de José Pancetti e traz o mar para BH em exposição gratuita

Mostra reúne, pela primeira vez, 46 trabalhos produzidos pelo artista entre 1936 e 1956, alguns deles nunca exibidos publicamente; exposição estará em cartaz até o dia 17 de novembro

Exposição “Pancetti na Casa Fiat de Cultura: o mar quando quebra na praia…” fica em cartaz até 17 de novembro na Casa Fiat de Cultura em BH

O público mineiro pode conferir, a partir desta terça-feira (3), uma exposição inteiramente dedicada às obras do pintor e marinheiro paulista José Pancetti. A mostra “Pancetti na Casa Fiat de Cultura: o mar quando quebra na praia” reúne, pela primeira vez, 46 trabalhos produzidos pelo artista entre 1936 e 1956, alguns deles nunca exibidos publicamente. A exposição tem entrada gratuita.

Para celebrar o mar, o principal protagonista das pinturas de Pancetti, uma instalação imersiva faz com que o público se sinta dentro do oceano. A visita é guiada pelas músicas de Dorival Caymmi, amigo do pintor, além de imagens e sons do mar.

“Pancetti vem de uma origem muito humilde. Ele foi da marinha mercante, na Itália, e depois veio servir a Marinha Brasileira. Quando ele descobriu o mar, aos 18 anos, ele descobriu que o amava e começou a pintar. As obras fazem uma conexão direta com o mar. As marinhas (pintura com a temática marinha) dele são lindas. E trouxemos uma instalação que imita o mar, ao som de Dorival Caymmi. Dizem que as músicas praianas dele lembram as obras de Pancetti”, conta a curadora da exposição, Denise Mattar, à Itatiaia.

Artista retratou São João del-Rei (MG) em uma de suas obras

Além do mar, a exposição revela outras temáticas reproduzidas pelo artista em suas telas, como pinturas de retratos, natureza morta, e até mesmo paisagens mineiras. Pancetti nasceu em Campinas, no interior de São Paulo, mas passou uma temporada em São João Del Rei, na região Central do estado, em 1945. O artista veio até Minas Gerais para tratar uma tuberculose e se encantou pelas belezas do estado, registrando São João Del Rei em três telas que estarão expostas.

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Obras estão reunidas para uma exposição solo pela primeira vez

As obras da exposição fazem parte do acervo de quatro museus brasileiros - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Brasileira da FAAP -, e da coleção particular da família de Pancetti, da qual as telas são inéditas para o público.

Denise conta que essa é a primeira vez que todas essas obras estarão juntas em uma única exposição. “As obras dele ficam espalhadas entre Rio de São Paulo. Então, é uma oportunidade única para ver o conjunto de uma só vez. Esse conjunto dá a visão completa sobre a obra do Pancetti”, disse a curadora.

O amor ao mar

Filho de imigrantes italianos, José Pancetti foi pintor, escultor, desenhista e gravador. Também foi pintor de paredes e militar da Marinha Brasileira, o que o influenciou a pintar marinhas e paisagens em que o mar aparece como protagonista.

Obras de José Pancetti estarão abertas a visitação na Casa Fiat de Cultura em BH

“Seu temperamento solitário e a formação quase autodidata permitiram o surgimento de uma obra particular plena de lirismo, melancolia e poesia – uma obra que emociona. Sem estar preocupado com uma brasilidade teórica, Pancetti retratou amorosamente a nossa gente, a nossa luz e o nosso mar”, afirma a curadora. “Os críticos atuais têm redescoberto Pancetti. Eles veem o quanto ele é original e diferente de tudo. Não tem nada parecido com o que ele faz”, acrescenta.

A última obra do pintor, ainda inacabada, é inédita para o público

A mostra também conta com a tela “O Chão” (1941), obra que deu ao artista o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão de Belas Artes. Além da “Composição – Bahia Interior o meu atelier, Itapoan” (1957), obra inacabada, que pertence à família do artista e é inédita para o público.

“A exposição tem uma montagem interessante. Ela começa mais fechada, mais intimista, com os retratos da família, e vai abrindo, passando pelas paisagens até chegar ao mar. E, por fim, a instalação”, explica a curadora.

A mostra também irá apresentar um documentário inédito, produzido por Ula Pancetti, neta do artista. “Esse documentário nunca foi apresentado ao público. E, agora, ele se reveste de muita importância porque tem depoimentos de pessoas que já faleceram, como a esposa e a filha de Pancetti, o Almirante Max Justo Guedes e críticos de arte”, conta Denise.

Serviço

Exposição | Pancetti na Casa Fiat de Cultura: o mar quando quebra na praia...
  • Duração: entre os dias 3 de setembro a 17 de novembro de 2024
  • Visitação presencial: terça-feira a sexta-feira das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (exceto segundas-feiras)
  • Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br
  • Ingressos: gratuitos

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.