A eterna Emília do Sítio do Picapau Amarelo, a atriz Isabelle Drummond, de 30 anos, anda sumida das telinhas, mas não abandonou as câmeras. Ela revelou que decidiu inovar e assumir o papel de produtora e diretora de cinema. Apesar disso, Isabelle não descarta a possibilidade de voltar à TV: “Eu sou uma atriz, eu me movo como atriz também. Depende de as coisas casarem”, revela.
A ideia da atriz é traduzir histórias de personagens femininas que protagonizaram narrativas que a “atravessam”, como ela diz. “Passei a sentir falta, nos trabalhos para os quais fui convidada, de poder acrescentar minha visão de mundo e meu lugar de mulher. Comecei a pensar algumas coisas, e daí saíram estes primeiros projetos”, comentou em entrevista ao jornal O Globo.
Filme produzido e protagonizado por Isabelle
O primeiro projeto é sobre Laura Alvim, carioca que transformou o casarão em que morava, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em um centro cultural. Pouco antes de morrer, em 1983, ela doou o imóvel para o governo do Estado do Rio, e nasceu a Casa de Cultura Laura Alvim, inaugurada em 1986. Isabelle ocupa o posto de produtora do filme e interpreta a protagonista. O roteiro é de Anna Lee e Rita Toledo, com Bruno Safadi na direção.
A eterna Emília conta que conheceu a história de Laura de forma “muito natural”. Ela lembra: “Eu conheci a história da Laura nas minhas voltas em Ipanema, em leituras e estudos para outros projetos. Fiquei muito impressionada com toda a trajetória, com tudo o que ela não pôde viver e com o sacrifício que fez pelo seu sonho”.
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História da primeira mulher a usar biquíni no Brasil
Já o segundo filme, produzido e dirigido por Isabelle, trata da história da primeira mulher a usar um biquíni no Brasil. Trata-se de Miriam Etz, que saiu de seu país nos anos 1930, fugindo do regime nazista, e se fixou no Rio. “A ideia é fazer três filmes curtos e transformar num longa. O primeiro deles envolve essa mulher que teve a ideia de fazer o biquíni. Na verdade, era um maiô de duas peças. Depois veio a filha dela (Ira Etz, pintora, escritora e fotógrafa). Era uma Ipanema muito promissora na época, que veio a ser a Ipanema da Bossa Nova. Tem vários enredos entrelaçados ali, que surgiram dessa história”, explica.
O trabalho por trás das câmeras não deve parar por aí: “Passei a sentir falta, nos trabalhos para os quais fui convidada, de poder acrescentar minha visão de mundo e meu lugar de mulher. Comecei a pensar algumas coisas, e daí saíram estes primeiros projetos. Tenho outros em desenvolvimento. Quero dar voz a histórias que me atravessam”, comenta.
*Sob supervisão de Enzo Menezes