A empresária soube que a criança tinha a síndrome rara ainda quando estava grávida. “Quando eu engravidei do Arthur, algo que a gente faz quanto tá grávida, fica querendo escolher o sexo, fica pensando em enxoval, fotos... E tudo isso eu pensei nas minhas três gestações e, nessa última, também pensei. Até então, não sabia do diagnóstico. E, quando eu soube do diagnóstico, eu interrompi tudo isso, né? Só queria que fosse menino pra poder ficar no quarto com o Daniel, fazer a caminha igual e tudo”, disse ela.
“Alguns pontos mais importantes, a gente deixa passar, que é de pedir a Deus, que venha com muita saúde, não que eu não tenha pedido. Mas a gente volta à nossa alegria, à nossa vontade interior e desfoca dessas coisas mais importantes”, comentou.
A influenciadora disse se sentir culpada por ter pensando em outros detalhes e não ter direcionado sua atenção nisso. “Sei que pode parecer bobagem, que pode não ter nada haver o que tô falando, é um desabafo meu. Eu lembro que quando começou a sair algumas coisas na internet, muitas mulheres vieram comentar nas minhas fotos: ‘Ah, ela nem tem fotos gestante, não fez fotos na gravidez do Arthur’, e eu parava pra ver como as pessoas têm o pensamento pequeno comparado ao que você está passando”, recordou.
Ingra diz ter questionado como uma pessoa poderia se incomodar com a falta de fotos, enquanto outra está correndo risco de vida. “A gestação com bebê com síndrome não é fácil, também é risco pra mãe, ainda mais eu que tive três cesáreas”, relatou.
No quarto juntamente com o filho, ela desabafou. “Fico olhando todos esses aparelhos, todo o contexto assim, da situação, e fico me perguntando o quanto é difícil, o quanto a gente tem que ser forte. Somente agradecer a Deus”.
A influenciadora encerra com um conselho. “Se você pensar muito no amanhã, sua vida se resumirá em tristezas. Não fique ansioso. Só pense que o amanhã será maravilhoso, cheio de bençãos. O dia de amanhã só pertence a Deus”.
Nova internação
No dia 17 de maio, Ingra explicou que o filho foi levado para o hospital após sofrer uma parada cardíaca. “Hoje o Arthur teve uma parada cardíaca, já estamos com ele hospitalizado novamente na UTI. Uma síndrome cruel, nos ajuda Deus”, postou. A criança - que permaneceu internada desde o nascimento por ter
“Eu não consigo explicar o que eu senti hoje. Não consegui pensar em mais nada só em agir, para juntas salvar o meu filho. Quero agradecer a Dra Morgana que nos ajudou, fazendo as manobras. Tudo aconteceu muito rápido”, contou Ingra.
“Eu já estava desesperada esperando a ambulância chegar. O meu corpo todo tremendo, mas eu não conseguia fazer nada. Era fazendo e orando”, acrescentou.
A esposa do artista enaltece o trabalho do Samu e agradece a agilidade dos profissionais. “Quero deixar o meu agradecimento a esses três anjos do Samu, que nós prestaram socorro. Foram rápidos, fizeram tudo por nós. Muito obrigada”, diz.
Arthur nasceu no dia 27 de julho de 2023 com uma má-formação congênita associada à síndrome da trissomia do cromossomo 13, mais conhecida como síndrome de Patau, uma condição rara que afeta um em cada quatro mil nascimentos.
“O desenvolvimento dessas crianças, muitas vezes, leva ao aborto. No entanto, quando o bebê nasce ele pode ter muitas anormalidades que podem levar ao óbito antes de um mês. O quadro clínico de crianças com síndrome é variável, e algumas podem ter uma vida mais longa”, esclarece o geneticista Marcos Aguiar, professor aposentado de pediatria da UFMG e criador do serviço de genética do Hospital das Clínicas.