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Fraude e desvio: Ana Hickmann detalha o que encontrou no escritório do marido

Após descobrir dívidas, Ana Hickman encontrou documentos misteriosos, sendo alguns com sua assinatura; caso está sendo investigado

Ana Hickmann conta como descobriu dívidas

Ana Hickmann contou o que descobriu ao investigar o escritório do marido, Alexandre Correa, de quem ela pediu divórcio por meio da Lei Maria da Penha na semana passada. Segundo ela, o caso está sendo investigado como “fraude, desvio e falsidade ideológica”. A informação foi revelada durante o “Domingo Espetacular”, da Record TV.

Antes de denunciar o marido por violência doméstica e lesão corporal no sábado (11), Ana Hickmann relatou ter descoberto na quinta-feria (9) daquela semana uma suposta fraude envolvendo o empresário - que administra toda a parte financeira da sua carreira, enquanto ela cuida da área de imagem, criação de produtos e marketing.

“Ele tinha um dom muito grande de me fazer me sentir uma m*rda. Só tive certeza que ele estava mentindo por causa da imprensa. Foi assim que eu tive a certeza, que tinha muita mentira”, iniciou Ana - se referindo à descoberta de que sua empresa acumulava uma dívida milionária.

“Eu fui tentar entender o que estava rolando, mas ele não deixava transparecer o que era. Até que eu escuto no escritório falando ‘ele tá preocupado com os negócios’. Poxa, eu preciso saber o que está acontecendo. Fui atrás e perguntei ‘Alê, o que está acontecendo? A gente é um time’. Foi onde eu comecei a me deparar com grandes mentiras”, recordou.

A apresentadora disse não saber o valor da dívida que sua empresa acumula, no entanto, em consulta à Dívida Ativa da União, o valor devido da Hickmann Serviços Ltda ultrapassa R$ 2,7 milhões.

“Não faço a menor ideia porque ainda não cheguei ao fundo. O motivo de eu não saber é que dentro da nossa empresa ele é a parte administrativa e financeira, eu imagem, celebridade, criação de produtos e marketing. E nunca foi novidade. Eu nunca tive problema com isso, porque nós saímos do zero [...] Mesmo quando alguém contestava, ‘como você atura tanta truculência?’, eu acostumei a falar 'é o jeito dele’”, pontua.

Fraude, desvio e falsidade ideológica

No dia da agressão, Ana lembra que implorou para o marido parar de mentir após “achar coisas” no escritório dele. “Dias antes, eu achei coisas no escritório. Ele não esperava que eu fosse chegar mais cedo. Tomei atitude depois das coisas que começaram a sair dos escritórios de advocacia, dos bancos, quando aquilo saiu [notícia da dívida], eu me senti muito envergonhada. Gente, eu trabalhei a minha vida toda, eu vim da roça e eu nunca devi nada pra ninguém”, desabafa.

“Agora, eu tô devendo pra banco. Gente, isso tá fácil de resolver, porque tá chegando até aqui? Não é vergonha alguma vender uma casa, um apartamento, resolve. Só que eu comecei a achar algumas coisas. Foi aí que ele não gostou e eu mexi onde não devia,” acrescenta.

Ana relata ter encontrado documentos com sua assinatura, mas que não foram feitas por ela. “Eu ainda não posso entrar em detalhes, porque a investigação toda tá ocorrendo em sigilo. O que posso dizer é que na quinta-feira que antecedeu a agressão dentro da minha casa, eu encontrei documentos, encontrei cheques, muita coisa que quando eu olhei não consegui identificar para que serviam, se eram lícitas ou ilícitas, assinaturas que eu tenho certeza que não são minhas”, inicia.

“Valores que eu me deparei e falei ‘não é possível. Se isso tudo [dinheiro] passou por aqui, porque isso tá acontecendo e onde tá isso.’ Isso foi só o começo. Quando o questionei, ‘o que é isso, você não vai me explicar.’ Foi aí que ele começou a ficar agressivo comigo. Na sexta-feira seguinte eu passei o dia trabalhando do jeito que sempre fiz, comecei às 6h da manhã [...] No começo do ano, quando percebi que as coisas estavam apertadas, falei ‘preciso trabalhar’. O faturamento foi ficando cada vez mais forte. Falei, poxa vida, como pode, a empresa que está na mão dele é a única que não tem custo, só entra, mas nada é suficiente”, continua.

Ela conta que aquela ligação para o 190 no sábado foi muito importante e o início para que outras coisas viessem à tona. “Aquela ligação foi algo que eu tinha prometido pra mim mesma que se um dia acontecesse comigo, assim como aconteceu com minha mãe, não deixaria levar adiante. Mas não fazia noção que aquilo seria um pontapé inicial pra muita coisa ruim aparecer. Ainda não posso entrar em detalhes, porque existe uma grande investigação de fraude, desvio e falsidade ideológica.”

Ana confirmou dívidas ao ver notícia

A história das dívidas foi confirmada por Ana através da imprensa. “Quando saiu a primeira nota, não tem quatro meses isso aí não, tentou esconder de tudo quanto é jeito o que a imprensa estava falando”, destaca. Conforme ela, o “endividamento já estava rolando há muito tempo.”

“Resolvi abrir as gavetas e tive a nítida certeza que meu problema não eram só as dívidas de banco, porque aquilo ali estava fácil de administrar, mas tinha muito mais. Muitos outros problemas de outra natureza e isso sim me faz ter bastante medo [...] Naquele sábado, eu acordei muito triste com o que estava acontecendo e sabia que tinha que conversar com o Alezinho.”

Com dúvidas sobre alguns documentos, Ana ligou para uma amiga da área administrativa e financeira e pediu para ela esclarecer algumas coisas. “Ele não sabia dessa ligação, ainda bem, porque eu acho que se ele tivesse noção teria sido pior.”

“Eu achei que eu tinha chegado num momento da minha história que estava bem financeiramente, patrimônios, empresas indo super bem, meu filho maravilhoso, exemplo na escola, a gente curtindo... Tinha uma fase na minha vida que eu não tive férias.. A vida foi melhorando e eu pensei que poderia viver aquilo que eu sempre sonhei”, reflete Ana emocionada.

Ana detalha agressões

Ana Hickmann esteve em uma delegacia de Itu, no interior de São Paulo, no dia 11 de novembro, onde registrou boletim de ocorrência contra Alexandre Correa por violência doméstica e lesão corporal. Durante o “Domingo Espetacular”, a apresentadora deu detalhes sobre a agressão que sofreu naquele dia.

Segundo Ana, a confusão começou após ela explicar ao filho que muitas “mudanças” podem ocorrer na vida dele com relação a “algumas coisas que ele está acostumado” - se referindo às dívidas. Em certo momento, a briga intensificou e ela pediu que a funcionária que estava na casa levasse o pequeno para o anexo que tem no imóvel.

“Eu comecei a gritar pedindo socorro. Eu gritava ‘socorro, chama a polícia. É 190'. Eu consegui me desvencilhar dele e fui para a cozinha. Fiquei com muito medo. A minha cozinha tem uma porta de correr e a gente começou a brigar. Ele tentando segurar a porta aberta e eu tentando fechar. Quando ele viu que não ia conseguir deixar a porta aberta, ele pega e a bate com toda a força na mão que eu estava segurando o celular”, recorda.

“Ele veio sim para me dar uma cabeçada. Ele jogou o corpo para me dar uma cabeçada, e só não me acertou porque eu me esquivei. E, no que me esquivei, fui buscar meu celular que estava perto da churrasqueira e falei ‘se você vier para cima de mim eu vou chamar a polícia’. Falei isso, uma, duas, três vezes... ", continua.

Ela acrescenta: “A adrenalina estava tão forte que eu não sentir dor. Os meus cachorros estavam atrás de mim. A Fanny e o Joaquim. Eles estavam latindo muito por conta da briga. Toda vez que o Alexandre gritava os cachorros ficavam muito alterados dentro de casa e eu gritei ‘pega’. O Joaquim pegou. Ele voou para cima dele e eu consegui fechar a porta e travar as janelas também. Só não consegui fechar a janela que ficava em cima da pia.”

“Nesse momento, quando me sentei, já não mexia mais no meu braço, estava bem inchado, não conseguia mais ter movimento. Coloquei o celular em cima da mesa e ele foi em direção a cozinha e gritou para eu largar o celular [...] Liguei 190. Foram três toques e a policial atendeu do outro lado. Ainda bem que existe o 190, porque se eu não tivesse ligado ele tinha passado por aquela janela e eu não sei o que poderia ter acontecido. O Alexandre ficou muito alterado”, destaca.

O que diz Alexandre?

Em nota enviada ao dominical, Alexandre Correa declarou que “não possui arma de fogo e que não agrediu a apresentadora em 25 anos de relacionamento”. O documento acrescenta, ainda, que “sua inocência será comprovada no final do processo” e que o filho deles é a “verdadeira e única vítima desse episódio conjugal.”

Além disso, ele encaminhou uma certidão de antecedentes criminal para comprovar que não tem passagens pela polícia.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.