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Quem era Magrão, diretor do SBT que morreu aos 74 anos

Magrão dirigiu programas de sucesso no SBT e esteve ao lado de figuras icônicas, como Gugu Liberato e o próprio Silvio Santos

Magrão morreu aos 74 anos

Ex-diretor do SBT, Roberto Manzoni, o Magrão, morreu aos 74 anos após problemas de saúde não informados. Magrão foi responsável por vários programas de sucesso na emissora de Silvio Santos. Dentre eles, Domingo no Parque (1977 e 1988), Viva a Noite (1982-1992) e Domingo Legal. Além disso, ele também fez parte da nova formatação do Programa Silvio Santos.

Em nota, o SBT explicou que a emissora hoje “está mais triste”. “Perdemos um querido amigo e pioneiro da nossa caminhada: Roberto Manzoni, o Magrão, como era carinhosamente conhecido em todo o meio televisivo. Ele tinha 74 anos. Colega respeitado, profissional ímpar, amigo zeloso e carinhoso, assim era Roberto Manzoni”, destaca.

Conforme a emissora, Manzoni iniciou carreira televisiva no final da década de 60, quando se tornou operador de VT na TV Excelsior. Pouco depois, ele foi para a sede paulista da TV Globo, na Rua das Palmeiras, em São Paulo. Foi nesta época que ele ganhou o apelido “Magrão": “era uma fase de muito trabalho, e pouco tempo pra me alimentar, então, todo mundo me que se referia a mim, dizia: olha, fala com aquele magrão lá do VT... e o apelido pegou”, explicou em uma entrevista.

“O assaz desempenho e a vocação para o meio, levaram-no a ser contratado para coordenar a edição de programas na Marca Filmes (empresa comercial do Grupo Silvio Santos) e na Publicidade Silvio Santos, produtora que era responsável pelo Programa Silvio Santos para as redes Globo e Tupi. Em rápida ascensão, tornou-se produtor e diretor de programas, tendo dirigido os primeiros anos do sucesso Domingo no Parque, mantendo sempre a mesma simplicidade e humildade que lhe foram inerentes durante toda a vida”, recorda o SBT.

No fim da década de 70, Magrão se tornou diretor de programação da TVS Rio, canal 11 do Rio de Janeiro e, posteriormente, com a formação do SBT em 81, manteve-se no cargo, implantando e ajustando a grade nos primeiros anos da emissora.

“Em 1987, Magrão assume um novo desafio, e inicia uma parceria que duraria mais de 15 anos: ao lado de Gugu Liberato, deu cara nova ao já bem sucedido Viva a Noite, criando quadros que marcaram a história da TV brasileira como o Rambo Brasileiro, Eles e Elas, Castigo do Dia, dentre outros. A parceria de sucesso levaria Magrão a dirigir outros programas de Gugu como Super Paradão, Sabadão Sertanejo, Paradão, Sabadão e, em 1993, o Domingo Legal, onde a criatividade e a competência de Magrão e Gugu, fizeram deste um dos grandes marcos da TV, que permanece até os dias atuais como uma das mais bem sucedidas e queridas atrações do público que assiste televisão aos domingos, liderando a audiência e estando entre os preferidos do mercado publicitário”, destaca a emissora.

Após alguns anos longe da emissora de Silvio, Magrão voltou ao canal em 2007 para a nova versão do “Viva a Noite”. Em 2008, ele também ajudou a implantar e dirigir o primeiro ano do “Novo Programa Silvio Santos”, tendo sido escolhido pelo animador para conduzir a nova atração, pela autoridade na programação dominical da TV.

“No ano seguinte, uma nova parceria de sucesso é formada: Magrão e Celso Portiolli conduzem juntos respectivamente na direção e na apresentação a nova fase do Domingo Legal, que logo de cara, agrada ao público e mantém a emissora líder na tradição de reunir a família brasileira para o almoço de domingo”, acrescenta.

Além de dirigir atrações no SBT, Magrão teve seu próprio programa na TV Gazeta e atuou na direção de programas na Band. “No SBT também esteve à frente na direção de Show de Talentos, Uma Hora de Sucessos, Sabadão com Celso Portiolli e a versão carioca de Sessão Premiada, entre outros. Além disso, não raro é encontrarmos profissionais que tornaram-se grandes expoentes do SBT e de outras emissoras, que passaram pela ‘Escola Magrão’ de se fazer TV”.

“Para nós do SBT, a perda de Magrão causa imensa tristeza pela ausência que sentiremos do querido amigo, do confiável parceiro e do inspirador profissional. Sempre tinha uma divertida anedota pra contar no almoço, com seu jeito bonachão e risonho, uma presença leve, daquelas que a gente quer sempre ter por perto. Sempre tinha a solução para um irresolúvel problema. Sempre tinha um abraço para um delicado momento”, diz a emissora.

“Toda a diretoria do Sistema Brasileiro de Televisão, seus amigos e colegas, prestam total solidariedade à sua esposa Mara e a seu filho João Gabriel, desejando que, neste difícil momento, Deus possa confortar seus corações”, finaliza.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.