O carnavalesco Max Lopes, único artista visual do universo das escolas de samba a receber o título de Imortal da Academia Brasileira de Belas Artes, morreu neste domingo (24). Ele foi vítima de um câncer.
Conhecido como “Mago das Cores” por apresentar desfiles em diversos tons, Max é um dos principais nomes da história da Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro (RJ). Em 2002, por exemplo, levou a escola ao título com um desfile sobre o Nordeste.
Em 1989, Max Lopes foi campeão pela Imperatriz Leopoldinense. O samba de enredo da agremiação naquele ano virou hit nas paradas musicais por causa dos versos “Liberdade, Liberdade/ Abra as asas sobre nós/ E que a voz da igualdade/ Seja sempre a nossa voz”.
Nas redes sociais, a Imperatriz confirmou a morte do artista.
“Anunciamos, com muita tristeza, o falecimento do Carnavalesco Max Lopes. Max iniciou sua trajetória na Imperatriz em 1977, com o Enredo “Viagens Fantástica às Terras de Ibirapitanga” e foi campeão, em 1989, com o enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós”. Todos os Leopoldinenses lhe agradecem por toda dedicação ao nosso pavilhão. A Diretoria da Rainha de Ramos deseja muita força aos familiares e amigos. Que seja feita uma passagem de muita luz”, lê-se no comunicado.
Trajetória
Max também trabalhou em escolas como Grande Rio, Vila Isabel, Unidos do Viradouro e Unidos do Porto da Pedra. Seu último trabalho foi apresentado no carnaval de 2018, pela Acadêmicos de Santa Cruz. À época, ele fez um desfile a respeito da palavra “esperança”.
Além dos títulos de 1989 e 2002, Max Lopes também foi campeão do carnaval carioca em 1984. O ano, conhecido por ser o de inauguração da Marquês de Sapucaí, consagrou um desfile cujo tema-enredo foi o compositor Braguinha, autor de canções como “Carinhoso”.
Max Lopes costumava adotar o estilo barroco em suas criações. Em 1992, quando estava na Viradouro, passou por um grande susto ao homenagear o povo cigano. Isso porque um dos carros alegóricos da escola pegou fogo em plena Passarela do Samba.
Ele também foi o responsável por desenvolver o enredo "É Hoje”, defendido pela União da Ilha do Governador em 1982. O tema deu origem a um famoso samba, imortalizado pelos versos "É hoje o dia da alegria/ E a tristeza nem pode pensar em chegar/ Diga, espelho meu/ Se há na avenida alguém mais feliz do que eu”.