Apesar de a TV Globo não comentar publicamente sobre o assunto, um documento aponta que os casos de assédio envolvendo
O Ministério Público, além de colocar a emissora como ré, também exige que ela adote medidas preventivas contra assédio. Além de Melhem, são citados também o caso envolvendo o ator
O MPT pediu a retirada do sigilo do processo no último mês. A Veja teve acesso aos depoimentos de testemunhas, supostas vítimas de Melhem e Mayer (ambos não são investigados pelo órgão) e da defesa apresentada pela Globo em 12 de setembro de 2022.
Conforme a defesa, sobre o caso Melhem, a emissora realizou uma investigação detalhada, que foi conduzida pelo Compliance, mas concluiu que não foi “possível comprovar a prática deliberada de assédio sexual”. Porém, pontua que foi constatada a “inadequação do artista com seus subordinados”.
Melhem, inclusive, relatou ter se relacionado com mulheres do seu núcleo de trabalho, flertou e não foi correspondido com outras e teve relacionamentos extraconjugais. No entanto, nega ter assediado sexualmente qualquer mulher da emissora. Ele disse, publicamente, que foi vítima de um complô por conflitos profissionais e amorosos no ambiente de trabalho.
O MPT pediu histórico dos últimos cinco anos de casos registrados pelo Compliance da emissora, porém isso não foi apresentado. O órgão chegou a recorrer ao Ministério Público Federal (MPF), no entanto o pedido foi arquivado. O MPF alega que a Globo não “desobedeceu a autoridade”.
“Em resumo, após as apurações realizadas pela área de Compliance, restou constatada a inadequação do comportamento da artista com os seus subordinados, mas não foi possível comprovar de maneira irrefutável a prática deliberada de assédio sexual. Assim, a empresa investigada decidiu pela imediata do cargo de gestão ocupada por MARCIUS MELHEM”, diz o documento obtido pela Veja.
Além disso, de acordo com peças da ação do MPT, depoimentos das supostas vítimas e de testemunhas de acusação apresentam contradições - se comparados com os relatos fornecidos à Justiça Cível, Delegacia da Mulher e na imprensa.
Vale lembrar que a Globo não comenta casos analisados pelo seu departamento de Compliance. Nas redes sociais, Melhem escreveu: “Não se pode provar o que nunca existiu. A verdade sempre chega”. Em março, Dani Calabresa e outras atrizes falaram pela primeira vez sobre o caso.