Ao acordar nesta quarta-feira (22), Fred Nicácio lembrou que estava na “Casa do Reencontro” - ao lado de pessoas chamadas por ele de “agressores” - e começou a chorar no banheiro. "É muito doloroso estar no mesmo ambiente que seus agressores. E eles estão rindo como se nada tivesse acontecido. É a certeza da impunidade da branquitude”, pontuou o médico.
“Parece um pesadelo esse lugar. Eu acordei não acreditando que eu estava aqui dentro... Essas pessoas fizeram mal pra mim num nível muito grande. Parece um pesadelo você abrir o olho e ter que ouvir as vozes de algumas pessoas. Olhe pra essas pessoas. É para além... É muito gatilho, muito gatilho. É muita dor num mesmo lugar, sabe? Não tá tudo certo! Não tá! Não é um pedido de desculpas que vai melhorar as coisas”, acrescentou.
O público notou que Fred - conhecido por ser eufórico e expansivo - estava mais contido na casa. Nesta madrugada, ele explicou o motivo em conversa com Larissa e Tina. Primeiro, a educadora física, que deixou a casa na semana passada, contou que não conseguiu digerir tudo que ouviu sobre ela no reality.
Fred a aconselha: “Você não tem que digerir uma coisa que não consegue ainda. [...] Não se cobre estar num estado de espírito que as pessoas estão, as pessoas tiveram mais tempo pra processar do que você. [...] Cada um sabe onde dói, onde aperta o calo. Eu vivi violências inimagináveis aqui dentro.”
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“Fiquei sabendo, mas não vi o vídeo. E nem quis ver”, comentou. “E nem queira ver. Racismo!”, afirmou. Ao saber da história, Larissa fica espantada. Fred acrescenta: “Racismo, de todos os jeitos! De três pessoas que estão aqui dentro. Eu sou obrigado a rir? Eu fui violentado!”.
Já em conversa com Tina, Nicácio fez um contraponto sobre a sister e Bruna Griphao. “Eu sei respeitar o espaço do outro, mas é impressionante a capacidade que o outro tem de não respeitar o meu dizer. Não é possível que a minha cara não diga nada. Tem que ser grosseiro e falar tipo: ‘cala a boca que eu eu não quero te ouvir?’... Aí eu sou o homem preto agressivo, aí eu sou o homem violento.”
“E eu sou a mulher [violenta]”, disse a sister. “Pensa você tendo a metade das atitudes que a Bruna tem... Metade! Falando metade do que ela fala, agindo metade de como ela age, como seria a leitura sobre você? Se apenas por dizer ‘não’ na hora que não quer e dizer ‘para’ na hora que quer parar, já é lida como grossa. Imagina?”, questiona o médico.