O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta semana com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), para negociar a transição do governo e a chamada PEC da Transição. O encontro estava marcado para esta terça-feira (8), mas foi adiado para quarta-feira (9).
Os petistas que participam da equipe de transição consideram fundamental negociar rapidamente uma licença para poder gastar mais do que o previsto no orçamento de 2023. Sem uma autorização de recursos extra será difícil para Lula cumprir promessas feitas na campanha, como a manutenção do auxílio de R$ 600 e o valor extra de R$ 150 para famílias com filhos.
Já o deputado Arthur Lira busca um acordo com o PT para garantir sua reeleição no comando da Câmara para o biênio 2023-2024.
No início deste ano, ainda durante a pré-campanha, Lula fez duras críticas a Lira e afirmou que o “orçamento secreto” era uma manobra do presidente da Câmara para manter o controle do orçamento. Durante a campanha, o petista afirmou que Lira era uma espécie de “imperador do Japão” e disse que o atual Congresso era o “pior da história”.
Lira respondeu dizendo que até poderia ser comparado a um imperador, “mas nunca a ditador”. Nos últimos dois anos, o presidente da Câmara se tornou um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e fez campanha pela reeleição do presidente.
Desde o final do segundo turno das eleições, interlocutores de Lula e Lira buscaram amenizar o clima de rivalidade entre os dois políticos.
O ex-ministro do Trabalho do governo Lula e agora eleito deputado federal, Luiz Marinho (PT) afirmou nesta semana, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que Lula não descarta apoiar Lira para a reeleição no comando da Câmara.
Lula deve se reunir também com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), mas a agenda não foi confirmada.