O candidato do PSD ao Senado, Alexandre Silveira, afirmou que ‘rechaçou’ o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para que ele fosse líder do governo no Senado por não ter ‘nenhuma identidade’ com o atual governo. Em campanha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele diz que a volta do petista será fundamental para o país.
Em fevereiro, quando assumiu a cadeira do então senador Antonio Anastasia, que foi indicado para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), Silveira foi convidado pelo presidente e lideranças do Palácio do Planalto para assumir o cargo de interlocutor do governo com o Senado. Ele afirmou que iria conversar com representantes do PSD antes de tomar a decisão e depois rejeitou o convite.
“Estou há oito meses no Senado representando o principal estado da federação do ponto de vista geopolítico, que é Minas Gerais. Aprovei projetos importantíssimos, fui relator e aprovei a lei Paulo Gustavo para restabelecer a justiça com o setor cultural do país, o presidente da República com sua insensibilidade vetou esse projeto e fui o articulador para derrubar o veto. Fui autor da rede de proteção da mulher brasileira, fui relator do projeto que acaba com a possibilidade dos valentões alegarem a defesa da honra em crimes de feminicídio. Minas carrega o triste título de estado com maior índice de feminicídio no Brasil. Fui autor do auxílio Brasil em dobro para mães solo, 58 mil mulheres registraram seus filhos no último trimestre no Brasil sem paternidade reconhecida. Talvez, em consequência dessas ações e do reconhecimento como um dos parlamentares mais influentes do Senado na articulação política, o governo reconheceu a necessidade de buscar alguém com experiência e maduro para ajudar o governo a defender seus projetos. Rechacei de pronto e disse que não poderia, até porque não tenho nenhuma identidade com esse governo”, afirmou o candidato ao Senado.
Alexandre Silveira aposta na aliança com o ex-presidente Lula para conseguir se reeleger no Senado. Nos últimos meses, o parlamentar aumentou as críticas ao governo Bolsonaro, que considera ter ignorado as pautas sociais do país.
“Todo mundo lembra que o ministro de combate à fome no governo Lula era o deputado mineiro Patrus Ananias. O do governo Bolsonaro ninguém lembra, porque não tem. Não existe política pública nesse governo. Então, por não ter nenhuma identidade com esse governo e ser duro crítico da política econômica e da ausência de políticas sociais, então sempre achei que o melhor para o país é voltar com o presidente Lula para governar”, afirmou Silveira.