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Após parabenizar Santiago Peña, Lula defende fortalecimento de relações

Tratado da Usina de Itaipu, firmado em 1973, será revisado neste ano

Presidente Lula defende que Brasil e Paraguai tenham relações mais forte e melhores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou, na noite de domingo (30), Santiago Peña pela vitória eleitoral no Paraguai. Pelo Twitter, Lula desejou sorte ao novo presidente do país vizinho e defendeu relações cada vez mais fortes e melhores entre Brasil e Paraguai.

Em uma mensagem enviada após a confirmação da vitória do candidato do Partido Colorado, Lula disse que conta com Peña para trabalhar por uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade. Com 99,09% das urnas apuradas no fim da noite de domingo, Peña tinha 42,74% dos votos válidos, segundo a Justiça Eleitoral do Paraguai. O rival, Efraín Alegre, do Partido Liberal, tinha 27,48%.

A eleição no país vizinho tem uma importância especial para o Brasil em razão da revisão neste ano do Tratado da Usina de Itaipu. O eleito será o futuro interlocutor do Paraguai na revisão do Anexo C do acordo, marcada para agosto. Esse capítulo estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina.

Assinado em 1973, o tratado já previa a amortização de dívidas contraídas pela usina, que acabaram de ser pagas no mês passado, e mudanças nas demandas elétricas dos dois países. Por isso, estabelecia a revisão do texto após 50 anos.

De acordo com o Tratado de Itaipu, toda a energia produzida deve ser dividida entre os dois países. O Paraguai historicamente nunca usou toda a geração a que tem direito e, pelo acordo, é obrigado a vender o excedente para o Brasil.

Otimismo nas negociações

Ao jornal O Estado de S. Paulo, ainda durante a campanha, Peña disse que está otimista sobre o papel da usina para os próximos 50 anos. “Estou otimista para poder negociar isso com Lula. Ele é uma pessoa com experiência e há testemunhas de que quer fortalecer os vínculos entre os dois países”, afirmou.

“Até o momento não há proposta clara do que será colocado na mesa e isso é lógico porque, em uma negociação, não se pode antecipar as cartas”, disse Daniel Ríos, pesquisador da Faculdade Politécnica da Universidade Nacional de Assunção. Para ele, apesar de Peña não ter se manifestado, se não negociar melhores condições, a sociedade civil exigirá uma prestação de contas, já que há uma ideia generalizada de que o Paraguai merece receber mais pela energia.

AFP
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