O atleta Nikolas Santos de Farias, atualmente sem clube, foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) por envolvimento no esquema de manipulação de apostas em jogos do Campeonato Gaúcho deste ano. Os procuradores definiram suspensão de 720 dias do futebol, além de uma multa no valor de R$ 80 mil. A decisão cabe recurso por parte do jogador.
Nikolas foi punido com base no primeiro parágrafo artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. “Se a infração for cometida mediante pagamento ou promessa de qualquer vantagem, a pena será de suspensão de trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias e eliminação no caso de reincidência, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)”.
Então jogador do Novo Hamburgo, Nikolas recebeu R$ 5 mil antes do jogo contra o Bento Gonçalves para cometer um pênalti. Durante a partida, disputada no dia 11 de fevereiro pelo Campeonato Gaúcho de 2023, o volante cometeu a penalidade. O atleta não esteve presente e nem mandou representante para o julgamento. Da mesma forma, o Novo Hamburgo não enviou advogado à audiência.
“Nikolas, à época atleta do Novo Hamburgo, atuou deliberadamente para prejudicar a equipe que defende mediante recebimento de R$ 5 mil e promessa de receber outros R$ 80 mil”, disse o relator do processo.
O valor da multa é correspondente ao que o jogador receberia pela participação no esquema. O relator juntou como provas à denúncia vídeos do jogo, prints das conversas e também a súmula da partida.
Pena no âmbito esportivo
A decisão desta segunda-feira, no TJD-RS, leva em consideração apenas o âmbito esportivo. Na área criminal, Nikolas não será punido com prisão. Isso porque o meio-campista de 25 anos fechou um acordo com o Ministério Público de Goiás para colaboração com as investigações.
Pedido de suspensão preventiva
O julgamento do jogador Jarro Pedroso, ex-São Luiz-RS, outro envolvido no esquema, foi adiado para uma nova data. Segundo os promotores do TJD-RS, o atleta fez a solicitação, que foi acatada, por ainda não estar com o seu celular. No entanto, os procuradores pediram que uma suspensão preventiva fosse aplicada.
“Existe rodada atrasada para o final de semana e os fatos narrados são contundentes, maculam e põem em xeque o principal campeonato”, argumentou o promotor Renan Eduardo Cardoso.
O pedido ainda será apreciado, mas, durante o julgamento, o presidente do TJD-RS afirmou que vai aceitar a solicitação feita pelo relator Pedro Dahne Silveira.
A Operação Penalidade Máxima
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Os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos ao longo de partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Também há registros de manipulação em jogos de alguns estaduais de 2023. A Operação Penalidade Máxima teve, até agora, duas fases.
São quinze jogadores formalmente denunciados e outras nove pessoas classificadas como intermediários entre os atletas e os apostadores. Bruno Lopez de Moura é apontado pelo Ministério Público como chefe da quadrilha.