Jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022 e de estaduais deste ano são alvos da nova fase da Operação Penalidade Máxima II, que teve início nesta terça-feira (18). Novos detalhes serão divulgados em entrevista coletiva marcada para as 15h, em Goiás.
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), cumpriu, nesta manhã de terça, três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão por todo o Brasil.
O MP suspeita que o grupo criminoso tenha “concretamente atuado” em pelo menos cinco jogos da elite do futebol nacional. Cinco partidas de campeonatos estaduais de 2023 (dentre eles Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista) também estão na mira das investigações.
Os agentes cumpriram mandados nos seguintes locais: Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Pelotas-RS, Santa Maria-RS, Erechim-RS, Chapecó-SC, Tubarão-SC, Bragança Paulista-SP, Guarulhos-SP, Santo André-SP, Santana do Parnaíba-SP, Santos, Taubaté-SP e Presidente Venceslau-SP.
O que está apurado
Na primeira fase da operação, o MP conseguiu apurar que um grupo criminoso atuou junto a jogadores profissionais ofertando valores de R$ 50 mil a R$ 100 mil para que eles participassem de determinados eventos. As apostas envolviam número de escanteios no jogo, cartões, pênaltis e até placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
“Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores visam possibilitar que os investigados consigam grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os lucros”, diz o MP em comunicado.
A operação chefiada pelo MPGO teve início em fevereiro. O órgão investiga manipulação de resultado em três jogos da Série B da 2022. Na primeira fase da operação, nove mandados foram cumpridos em Goiânia, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.
As partidas investigadas inicialmente foram: Criciúma 2 x 0 Tombense, Vila Nova 0 x 0 Sport e Sampaio Corrêa 2 x 1 Londrina.
Os apostadores teriam oferecido cerca de R$ 150 mil para que jogadores cometessem pênalti no primeiro tempo da partida. Só no jogo entre Vila Nova e Sport que a penalidade máxima não aconteceu.
A ação teve início após o Vila Nova-GO acionar as autoridades ao saber que o jogador Romário estaria envolvido no esquema de manipulação. O MP investiga crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no esporte.