Alcebíades Maia Barcelos, mais conhecido como Bide, nasceu no dia 25 de julho de 1902, e morreu no dia 18 de março de 1975, aos 72 anos. Um dos fundadores da escola de samba Deixa Falar, Bide foi o responsável por introduzir o surdo e o tamborim no acompanhamento dos sambas, livrando o gênero da influência do maxixe e tornando-o mais brasileiro.
Bide formou uma parceria de sucesso com Marçal, com quem compôs clássicos da música brasileira, como “Agora É Cinza”, samba lançado por Mário Reis em 1934, e regravado por Lúcio Alves, Wilson Simonal, Elza Soares, Roberto Silva, e etc.
Parceria. Baiano de Santo Amaro da Purificação, mas registrado em Juiz de Fora, Décio Antônio Carlos foi para o Rio de Janeiro com um ano de idade, e, dos seis aos 14 anos, morou no morro da Mangueira, saindo nos Carnavais no rancho Príncipe das Matas, organizado por sua família.
Apelidado pelo sambista Magro de Mano Décio da Viola, ele compôs o primeiro samba em 1935, “Vem, Meu Amor”, com Bide e João de Barro, o Braguinha, lançado por Almirante.
Sucesso. Embora tenha ficado conhecido pelo epíteto de “Rei da Valsa”, Carlos Galhardo foi também um habilidoso intérprete de marchinhas, o que justificava seu outro apelido: “O Cantor Que Dispensa Adjetivos”. Em 1936, foi ele o responsável por lançar uma das mais populares marchinhas de todos os tempos.
Composta por Bide e Paulo Barbosa, a música “O Palhaço, o Que É?” trazia os versos que atualmente se confundem com o domínio público: “Hoje tem marmelada?/ Tem, sim senhor!/ Hoje tem goiabada?/ Tem, sim senhor!/ O palhaço, o que é?/ É ladrão de mulher!”. E a canção foi um sucesso instantâneo do Carnaval de 1936.
Polêmica. José Ramos Tinhorão nunca foi com a cara da Bossa Nova, que definia como “jazz pasteurizado”. Dizia que Tom Jobim era um sujeito simpático, mas com um grande equívoco na vida: “Achava que fazia música brasileira”, o resumia a arranjador e músico erudito frustrado que, por conta disso, resolveu fazer samba.
Claro que “Desafinado” não passaria incólume por Tinhorão. Ele usava uma troça de Moreira da Silva, grande cantor do samba de breque, para afirmar que a grande invenção de João Gilberto tinha sido alterar o ritmo do samba, que era muito marcado, para algo totalmente inconstante, o “ritmo de goteira”.
“Desafinado” é o grande exemplar de João Gilberto nesse sentido. Música de Tom Jobim e Newton Mendonça, ela foi gravada pelo Papa da Bossa Nova como um samba bossa, em 1959. Tinhorão ia além, ao sustentar que “Desafinado” plagiava “Violão Amigo”, um samba de Bide e Marçal lançado por Gilberto Alves em 1942.