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PV processa Zema por abuso de poder devido a leilão do Rodoanel às vésperas da campanha

Partido que integra base de Kalil alega que concorrência às vésperas da campanha pode beneficiar governador

Leilão do Rodoanel Metropolitano está marcado para 12 de agosto

Faltando três dias para o leilão do Rodoanel Metropolitano, o Partido Verde (PV) entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra o governador Romeu Zema (Novo) por abuso de poder econômico e político. A legenda pede que a concorrência internacional, marcada para a próxima sexta-feira (12), seja suspensa.

O PV integra a base de apoio do candidato a governador Alexandre Kalil (PSD), adversário de Zema nas eleições deste ano e argumenta, na ação, que o leilão acontecerá às vésperas do início da campanha eleitoral, o que poderia beneficiar o candidato nas eleições deste ano.

“Não há qualquer urgência para a licitação do Rodoanel ocorrer na próxima semana, em data contínua com o período de propaganda eleitoral propriamente dito. Não há fundamento, nem razoabilidade para a licitação de um projeto e obra dessa proporção econômica e financeira, com notório impacto na infraestrutura estadual e social, e que revela, a rigor, forte e inexorável impacto eleitoral”, diz trecho da ação.

O partido diz, ainda, que a concorrência internacional para a construção do Rodoanel desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já que cria despesas “significativas” para os próximos anos.

“No caso, considerando-se a realização das eleições estaduais em 02/10/2022, a vedação incide a partir de 02/02/2022, para despesas que não possam ser cumpridas dentro do mesmo exercício financeiro, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que que haja suficiente disponibilidade de caixa”, alega o PV na ação.

O Partido Verde ainda diz que, caso o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) não suspenda a licitação do Rodoanel, “eventual medida posterior será insuficiente, inócua”.

“Ora, o abuso de poder político e de autoridade do Representado já terá se materializado e produzido os efeitos eleitorais incalculáveis, já que se está a falar de repercussão de uma obra licitada do Rodoanel, maior que qualquer outra realizada pela gestão do Representado. Não haverá a reversibilidade dos nefastos efeitos da conduta abusiva e que, a rigor, deflagrará na ruptura da isonomia eleitoral”, diz o documento.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Zema, que enviou a seguinte mensagem:

“O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), segue focado em recuperar os estragos deixados pela turma do Pimentel e PT em todas regiões do Estado. Portanto, não comentará sobre assuntos eleitorais até o início da campanha”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.