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Suspeito de matar motorista de app pegou corrida com a vítima horas antes do crime, afirma Polícia Civil

A primeira corrida foi realizada às 12h com o intuito de ‘estudar e entender a forma que a vítima trabalhava’

Um casal foi preso suspeito de latrocínio e ocultação de cadáver

A motorista de aplicativo Sheilla Angelis de Almeida, de 36 anos, foi morta no dia 9 de setembro após aceitar uma corrida no bairro Campina Verde, em Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas. Na ocasião, o suspeito pelo crime fez uma primeira corrida com a vítima horas antes do crime.

O investigado teria conseguido uma viagem com a mulher por volta das 12h com o objetivo de estudar e aprender como ela trabalhava. Por volta das 18h, ele estava na Praça do Santuário, onde procurou um adolescente e entrou em contato com a Sheilla para solicitar uma nova corrida. A ideia era ganhar a confiança dela e não deixar registros, conforme explicado pelos doutores da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Wesley e Marco Antônio, investigadores do caso, em coletiva concedida na tarde desta quarta-feira (4).

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Por volta das 19h, o suspeito a abordou com uma faca no pescoço e exigiu que ela descesse em um local isolado. Em dado momento, ela tentou reagir mas recebeu golpes de telhas na cabeça e desmaiou. Ela teve as mãos e pernas amarradas e foi colocada no porta-malas, em seguida recebeu quatro golpes de faca nas costas. O corpo foi abandonado e encontrado dias depois em estado avançado de decomposição.

Fuga para o Rio

O investigado entrou em contato com a companheira e falou que ‘estavam de mudança para o Rio’. Ela chamou um motorista de aplicativo, e carregada com malas, foi ao encontro do homem. O trabalhador então pegou as bolsas e ia carregá-las no outro veículo, mas ao tentar abrir o porta-malas, foi impedido pelo homem, que falou que elas deveriam ser colocadas no banco traseiro.

Levantamentos e imagens de segurança mostraram que os dois rumavam para São João del-Rei e deveriam chegar por volta das 23h, chegaram ao destino apenas 0h17, evidenciando que o ocultaram o cadáver no caminho e que a namorada estava envolvida no crime.

Em seguida, os dois seguiram para o Rio de Janeiro onde, segundo a PCMG, se instalaram e estavam morando e trabalhando normalmente.

Denúncia de maus-tratos

O casal suspeito de envolvimento no desaparecimento da motorista de aplicativo Sheilla Angelis de Almeida, de 36 anos, em Divinópolis, foi preso neste domingo (1°) pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Botafogo, após denúncia anônima envolvendo um carro aparentemente abandonado que estava cheio de gatos.

A confirmação da prisão foi dada pela jornalista Eduardo Tchao, na rede social dele, neste domingo (1°). De acordo com o relato do repórter, a PM recebeu uma denúncia de que tinham vários gatos dentro de um carro, que parecia estar abandonado. Ao chegarem no local da denúncia, os PMs viram um casal perto do veículo, olhando, e pediram os documentos, momento em que os dois foram presos em flagrante e levados para a delegacia, suspeitos de latrocínio (roubo seguido de morte).

Vazamento e confissão pelo crime

Ainda conforme a Polícia Civil, o suspeito confessou a autoria do crime e afirmou durante abordagem que o assassinato foi mandado por um terceiro. O relato não foi confirmado pelos agentes que ressaltaram que a informação foi vazada, o que pode dificultar os próximos passos da investigação, que seguia sob sigilo.

O órgão ainda alegou que as investigações continuam com o intuito de apurar as motivações e a possível participação de outras pessoas no homicídio.

Relembre o caso

Sheilla Angelis de Almeida, de 36 anos desapareceu no dia 9 de setembro, após aceitar uma corrida enquanto trabalhava em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas. De acordo com informações de pessoas próximas, Sheilla trabalhava com um Fiat Argo branco alugado. Ela havia feito uma corrida para o bairro Campina Verde por volta das 18h de sábado (9) e, desde então, não entrou mais em contato com familiares.

Pessoas próximas a Sheilla rastrearam o celular da motorista de aplicativo e encontraram os dois aparelhos dela no acostamento de uma rua da cidade. Segundo a Polícia Militar, o carro de Sheilla foi visto em Juiz de Fora. Além disso, o celular de Sheilla foi usado para compras em São João del-Rei e no Rio de Janeiro no domingo (10).

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.