Enquanto alguns concorrentes da lanchonete que v
Há dez anos, o empresário Assis comanda uma lanchonete que fica a menos de cem metros do local com preços baixíssimos. Ele mantém o valor dos salgados na casa de R$ 5, diz não entender como o concorrente consegue vender por R$ 1 e garante que o movimento de clientes dele não foi afetado pelo valor popular praticado pelo vizinho.
“Sei que o salgado dele é R$ 1, agora qualidade não sei se tem ou não tem. Eu não sei como ele consegue fazer esse milagre de vender o salgado a R$ 1. Vou te dar o exemplo do pão de queijo, que hoje não sai por menos de R$, 0,70, se você fizer ele bem enxuto. Mas tem gente que vende pão de queijo a R$ 1. Só tem o nome de pão de queijo: 99,99% é polvilho”, disse o comerciante.
“Meu salgado é entorno de R$ 5, mas ele tem um custo de R$ 2,70. Compro de uma empresa terceirizada”, destacou Assis.
Já o dono de outra lanchonete que fica na esquina da rua da Bahia com a Afonso Pena teve que mudar o cardápio e já oferece empada a R$ 1. A nova estratégia ocorreu após o proprietário, Souza Viana, notar a demanda de clientes. Apesar do preço popular, ele garante que a qualidade é a mesma, mas com tamanho menor.
“Tem que ter (salgado de R$ 1). Tem que ter o diferencial que, como se diz, faz o giro, né?”, disse o comerciante, que admite ter adotado o preço popular depois de notar o sucesso do concorrente.
“A gente colocou porque o pessoal procurava (salgado de R$ 1) aqui também. Quando lá estava cheio, o pessoal chegava aqui procurando”, disse Viana, que mantém os salgados maiores com preço de R$ 4. “ empada de R$ 1 é só um sabor. Só frango”, pontua.
Fabricação própria
Para garantir ao cliente diferentes salgados a R$ 1 real, a estratégia do dono da lanchonete com preços populares é comprar os ingredientes em grande quantidade de fornecedores competitivos e ter fábrica própria. Além disso, vende milhares de salgados por dia para fazer a margem de lucro menor valer a pena.
*Redação e edição Rômulo Ávila