Muitas pessoas já ouviram falar que o Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais pobres de Minas Gerais e até do Brasil, com poucas oportunidades e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apesar das dificuldades, as mais de 950 mil famílias que vivem no Vale são fortes, guerreiras e carregam há anos suas tradições e costumes fazendo da região um território rico em cultura e diversidade. A Itatiaia produziu uma série especial, chamada “Sempre Vivos”, e todos os dias vai apresentar um novo retrato dessa região repleta de histórias.
Ouça as seis reportagens da série:
#1: “Não é um Vale pobre”
#2: Emprego e economia no Jequitinhonha
#3: Difícil acesso à saúde
#4: O deserto: como driblar os rios secos
#5: Caminhos e estradas
#6: Manifestações culturais e tradições do Vale
O Vale, com 55 municípios, é dividido em Baixo, Médio e Alto Jequitinhonha. Cada um repleto de peculiaridades. No médio Jequitinhonha, mais precisamente na zona rural da cidade de Itinga, a Itatiaia conversou com mulheres que vivem na região e destacam as riquezas do local. O Vale é reconhecido internacionalmente por sua diversidade de pedras preciosas como diamantes, turmalina e água marinha.
“Meu nome é Jucelia Brito, sou estudante de administração. As pessoas veem a gente como Vale pobre. Não necessariamente somos um Vale pobre. Graças a Deus, o pessoal que é um pessoal muito hospitaleiro, acolhedor, então sempre um ajuda o outro, tanto é que a nossa região está situada sobre a maior província geológica de pedras preciosas do mundo, então não é um lugar pobre. Mas infelizmente, as riquezas daqui sempre saem para fora, não para a gente.”
O Vale é uma terra do contrastes. A professora e coordenadora do Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, Maria Pimentel, conhecida como Mariazinha, destaca a sensação de pertencimento das pessoas que moram na região.
“Na verdade, quando você fala, o Vale, são vários Vales: o Alto Jequitinhonha, o Médio e o Baixo. Eles têm características diferentes, mas têm uma coisa em comum, que é muito bonita. É o sentimento de pertencimento que é lindo, muito bonito. Você não precisa de um morador dizer assim: eu sou do Vale do Jequitinhonha. Eles falam só assim: eu sou do Vale e você sabe de onde ele é. Você não escuta isso de outras regiões de Minas.”